Uma nova história, O começo da nova saga CGoca!

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Alkalino
view post Posted on 18/1/2007, 12:56




Crispin caminhava desorientado em direção à luz do sol. Parte de seu rosto estava coberta de sangue seco, mas ele ainda não o tinha percebido. Cambaleando, conseguiu sair do estábulo, e vislumbrou no horizonte as muralhas da fortaleza de Rühl, e a torre do castelo que se erguia em direção ao céu.

Rühl era a única das cidades livres que ficava ao sul do Rio Corso. Por isso, sempre desfrutou de uma relativa independência política em relação aos condados do Norte. Era um lugar onde comerciantes e artesãos podiam exercer o seu ofício em liberdade. Embora servisse de entreposto comercial entre o Norte e o Sul, era oficialmente uma cidade neutra. Para a fúria de Duque Mirel, o auto-declarado Príncipe Roth, regente de Rühl, havia decidido não enviar tropas para participar da Guerra.

Na torre mais alta do castelo de Rühl, a culpa corroía a alma do Príncipe Roth. Havia mandado Balak em uma missão suicida, fazendo-o acreditar que ela era da mais suma importância - na verdade, o pergaminho que lhe entregara nada continha. Não esperava mesmo que o veloz cavaleiro chegasse ao seu destino. O Principe Roth começara o jogo lançando a isca, forçando Ergius a sair das sombras, através de seu fiel servo Canannar. Sabia que agora o próximo movimento seria dele. Mas ainda procurava forças para agir.

Edited by Alkalino - 18/1/2007, 10:07
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 18/1/2007, 16:35




Vagnad estava exausto. Haviam acabado de enterrar Balak. Antes, numa reunião com seus subordinados (tensa, por sinal) haviam analisado a situação e decidido o que fazer. Não havia na verdade muito a decidir. Enviaram as devidas mensagens (que àquela altura provavelmente já haviam sido entregues pelos mensageiros), e voltaram ao planejamento da missão. O golpe para o moral das tropas havia sido imenso, e o controle da situação era o principal motivo do cansaço do capitão.
 
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Sr Spock
view post Posted on 20/1/2007, 02:39




"...devem rumar a Belinor e reafirmarem seu juramento de lealdade ao único Rei, Sua Majestade Ciprian Hawmakh, e retornar a Paz do Reino." dizia a mensagem trazida pelo corvo.

O que temiam aconteceu. Eduard Mirel, na qualidade de Duque de Warhallen e Príncipe dos Campos do Norte, com seus vassalos, deveria rumar para a corte e prestar homenagem ao rei. Mais, deixaria seu filho, Varion Mirel, e outros dos herdeiros do Norte como "hóspedes" do rei. Os lordes não se atreveriam a guerra arriscando a vida dos herdeiros das principais Casas do Corso.

-Maldito! Se quer defender seu primo, não será uma ameaça que nos fará desistir da justiça! Vamos ao sul, mas se tiver que desviar meu caminho para Belinor, será para cortar sua cabeça!!!

Edited by Sr Spock - 28/1/2007, 20:52
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 31/1/2007, 04:19




Finalmente algo esperado, no entanto. Hawmakh tomar partido ao lado de Mortimer Helliah era algo preocupante, mas previsível. Mirel já havia se preparado para este contingente, e tinha suas próprias cartas na manga.

A morte de Balak indicava que havia fatores que ainda não havia considerado, contudo. E como estava fazendo movimentos drásticos, era muito importante evitar surpresas. Continuaria com seus planos, mas teria que eliminar qualquer traição o quanto antes, para minimizar seus efeitos.

Quando será que teria notícias de Wur-Tatan?

Edited by >Il Monstro< - 31/1/2007, 10:42
 
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Tico
view post Posted on 9/2/2007, 05:00




-Vamos! Coopere sua peste!-O bruxo decidiu mudar a abordagem, sua figura amendrontadora não o tornava muito persuasivo, mas descobrir a verdade sobre Balak também era da interresse de Tayra. Wur-tatan prova o gosto das lágrimas da menina:-Você não chora por medo de mim, chora pelo pai. Chora de ódio... Como soube de sua morte?

A menina continua se debatendo, Wur-tatan se impacienta:-Vamos! Me conte!!-Nesse momento os dois parecem entrar em transe. Finalmente haverá a troca de informações que o bruxo queria.

Gorges e seus dois capangas esperam do lado de fora da choupana. A ordem de montar guarda foi interpretada como "pausa para tomar um vinho", tentavam espantar o mal-estar que Wur-tatan os causava com goladas longas. De repente um som seco, um golpe! E um de seus companheiros cai com a nuca ensangüentada. Em seguida uma figura surge num pulo antes que Gorges possa sequer proferir um de seus chingamentos. Sua perna, que repousava em cima de uma pedra é golpeada na altura do joelho:-AAAAArh! Moleque maldito!!

 
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Sr Spock
view post Posted on 13/2/2007, 01:23




Ele sabia que em jogo estava mais do que sua vida, mas o que viria depois dela também. Wur-Tatan já cobrara mais de uma dívida além do túmulo... e ele não estaria feliz com a interrupção!

Gorges rolou pelo chão, enquanto Elam sacava sua arma. Logo ele reconheceu o garoto que tentou invadir a casa da filha de Balak, com um sabre antigo em mãos. Por alguns instantes, o jovem teve a vantagem, e Gorges só se defendia dos golpes. Um, dois, três cortes rápidos, todos bloqueados pela lâmina de Gorges. Elam finalmente conseguiu atacar o garoto, que desviou com um passo para fora do alcance da arma. Crispim contra-atacou com graça, sendo bloqueado pela lâmina de Elam. Com suas espadas cruzadas, ele não viu a espada de Gorges avançando contra sua arma. O sabre partiu-se em 2 desajeitados pedaços e várias lascas, e enquanto o garoto olhava surpreso, Gorges, ainda ajoelhado, perfura com sua espada o tronco de Crispim, entrando logo acima do umbigo e saindo entre seus ombros.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 13/2/2007, 12:12




- Não! Crispin também, não!

Wur-Tatan mal conseguiu perceber o que acontecia, tanto por causa de seu transe como pela violência da reação da menina. Quando deu por si ela já não estava mais no recinto.

Elam havia tentado parar a moça, mas Gorges achou que a melhor maneira de fazer a moça parar seria o choque de deixá-la ver o cadáver do namorado. Agora ambos, menina e rapaz, pareciam irradiar uma luz pálida, e Gorges e Elam olhavam estupefatos...
 
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#FF#
view post Posted on 14/2/2007, 01:48




- Tragam-nos para dentro!

A voz de Wur-Tatan ressoou alta e clara através da porta, embora não pudesse ser visto do lado de fora.
Ele sabia, contudo, que ninguém se atreveria a tocá-los, mas adorava a sensação do terror alheio.

- Não se preocupem. Essa luz é o que os está detendo, nada mais. Tragam-nos antes que a garota volte a si. - completou.



Rapaz idiota! - o bruxo pensava, ainda surpreso com o rumo que as coisas haviam tomado. Ao menos iria servir pra alguma coisa antes de morrer. Wur-Tatan tinha certeza que a vontade resoluta da garota se enfraqueceria na presença do moribundo.
Os dois haviam sido postos deitados lado a lado. Ela, ainda paralisada, podia sentir que ele tremia e soluçava, inconsciente. O curativo podia manter sua vida por mais algum tempo, mas o ferimento era grave demais para ser estancado.
Vamos continuar de onde paramos...



Edited by #FF# - 14/2/2007, 00:43
 
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Alkalino
view post Posted on 15/2/2007, 15:57




Wur-Tatan invadia a mente de Tayra, e ele era uma adaga etérea rasgando seu caminho à força por entre as lembranças da jovem. O bruxo sabia exatamente onde atacar para conseguir a informação que queria, e poderia fazê-lo em um instante, se assim quisesse.

Sim, ele poderia quebrá-la, se assim quisesse. Quebrá-la em um milhão de pedacinhos. Poderia matá-la com um só pensamento. Mas não queria usar mais força do que o necessário.

Porém, Tayra ainda resistia aos ataques, com uma força que parecia não vir dela. Isso atiçou a curiosidade e a vaidade do bruxo. Magias de proteção nesse nível não eram exatamente comuns, e bloquear a mente de uma pessoa demandava tempo, muitos anos, na maioria dos casos.

Wur-Tantan manipulava a mente de Tayra ampliando em muitas vezes sua capacidade de sentir dor. Com isso, suas defesas foram caindo, uma a uma. O estranho ritual era por demais assustador para quem o olhava de fora. Os gritos de Tayra pareciam tudo, menos humanos. Sua mente agora era um brinquedo nas mãos do bruxo.

... e ele viu o rosto de um lobo selvagem arrastando sua presa, e sua presa era um bebê enrolado em trapos, e ele viu uma espada atravessando o pescoço do lobo selvagem, e ele viu o homem, e o homem se ajoelhou e tomou o bebê no colo e limpou o sangue que respingou em seu rostinho, e ele viu o homem dar ao bebê o nome de Tayra.

"Quem diria que a filha de Lorde Balak é adotada?", pensou o bruxo, e escancarou os lábios em algo como um sorriso torto.

De fato, não havia encontrado nada a respeito do assassinato de Balak. Aparentemente, Tayra também não sabia de nada a respeito disso.

De repente, algo chamou a atenção de Wur-Tantan. Um pequeno detalhe, que havia passado despercebido durante sua investida. O bruxo concentrou sua atenção nesse detalhe, e foi preciso mais do que a força habitual para trazê-lo à luz.

Então, proferiu para seus lacaios:

- Matem-na. Matem-na AGORA!!!

Edited by Alkalino - 15/2/2007, 13:39
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 15/2/2007, 16:48




Mas Gorges e Elam não conseguiam mover um músculo. Apenas olhavam para Tayra, estáticos, com uma expressão de confusão em seus rostos, como se não soubessem como fazer para obedecer à ordem dada a eles.

- Pústula fétida! - Era como o bruxo previa. Sabia que havia um motivo para resistência tão descomunal. A menina era uma Vori, uma raça de seres místicos parecida com os elfos, mas muito mais poderosa magicamente.

Os Vori tendem a empatizar com o seu ambiente, podendo evoluir para alguns dos mais magníficos espécimes dos seres com quem empatizam, sejam humanos, animais ou mesmo plantas, sempre místicos. Eles têm uma profunda ligação com os espíritos, sendo capazes de comandar mentes fracas, especialmente em momentos de extrema necessidade, e aos bruxos, alguns dos poucos capazes de passar por tal proteção, seu assassinato legava uma terrível maldição.

O perigo que ela apresentava era apenas o primeiro dos motivos pelos quais ela devia morrer. Mas realizar tal tarefa também não seria tão fácil...

Edited by >Il Monstro< - 15/2/2007, 18:32
 
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Sr Spock
view post Posted on 16/2/2007, 01:58




Todo o seu treinamento, todas as antigas e falecidas ordens místicas, tudo tinha como objetivo principal eliminar essas criaturas. Os "Falsos Deuses", que manipulavam os homens e suas vidas antes da Grande Caçada. Quatro mil anos, e um Vori volta a aparecer. Se nada for feito, e outros estiverem por perto, os netos de todos os homens serão escravos, por escolha própria, da raça maldita.

Ele precisava escapar, conseguir reforços, avisar aos outros. Felizmente, Gorges mancava após o golpe do garoto, e Elam ainda estava atordoado, parcialmente protegido pelo pelas teias de defesa do bruxo. Com uma agilidade surpreendente, ele escapou da casa e ...
 
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#FF#
view post Posted on 16/2/2007, 03:26




Gorges piscou. Viu Elam ao seu lado sem saber o que fazer. Ele mesmo não tinha muita certeza.
Gorges forçou a concentração. Onde estava o bruxo terrível? Ele o havia chamado para logo depois sair porta afora. Por que?

Matem-na. Matem-na AGORA!!! As palavras ecoaram em sua mente. Matar quem? A garota? Não havia outra candidata. Ela ainda jazia desacordada. Corpo inerte ao lado do corpo convulsivo do garoto maldito. Maldito! A perna ainda doía muito. Sem a presença do bruxo, Gorges contemplou a chance de vingar-se de sua dor. Ele ergueu a espada ainda ensanguentada e desferiu com violência o golpe. A lâmina trespassou o peito do jovem.

Nesse momento os olhos de Tayra se abriram.

 
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Tico
view post Posted on 16/2/2007, 20:55




Sem sequer se levantar Tayra toca o joelho ferido de Gorges. Seus dedos penetram pela carne do bruto como se fosse manteiga quente. Ele tenta urrar, mas perde completamente o controle de seus movimentos. Se debate treme e estribucha, mas contra a sua vontade, por fim acaba por amputar a própria língua com uma mordida e cai no chão sufocando.

Elam se mantém paralisado pelo medo, a mesma sensação estranha que Wur-Tatan o causava parte da garota só que agora focada em sua direção. Ele não consegue agir, só pensa o quanto se arrepende de ter seguido Gorges e aponta um punhal na direção de Tayra, quando a menina dá um passo em sua direção ele larga a arma e foge desesperado enquanto ouve: -"Corra até morrer. Se você parar eu terei sua carne e seu sangue e jamais diga uma palavra sobre o que aconteceu aqui."

Ao dizer isso Tayra apanha o punhal e sussurra:-"Agora é sua vez, bruxo imundo."
 
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#FF#
view post Posted on 16/2/2007, 21:40




Àquela altura, Wur-Tatan já estava em seu quarto.
Ali estava a salvo. Mas não poderia ficar ali por muito tempo.

Enquanto pensava numa saída, ia escrevendo...o segundo pergaminho já estava terminado, vez do terceiro. Pena, tinta. Pena, papel. Ela já deve ter despertado. Não poderia entrar no casarão, é claro, mas para onde iria? A choupana ficava na colina ao norte do casarão, ainda dentro do domínio do bruxo. Se ela não pode vir pra cá, pra onde irá? Pena, tinta. Pena, papel. Mais um pergaminho escrito. Para casa ela não voltaria. Não agora que foi descoberta. Pena, tinta. Pena, papel. Pronto! Cinco pergaminhos escritos. Cinco cartas para os Cinco.

- Mordak! - o corvo já o fitava antes mesmo de ser chamado. Wur-Tatan estendeu as cartas na direção da ave. Seus olhos piscaram. Dois pontos vermelhos reluzindo em meio ao negrume das penas. Mordak crocitou. Já sabia o que fazer, sem necessidade de instruções. Numa investida, arrebatou com o bico os cinco pergaminhos pelos cordões e seguiu vôo janela afora.

O bruxo voltou-se para a mesa novamente. Agora seria necessário escrever algo mais complexo.

 
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Sr Spock
view post Posted on 18/2/2007, 00:40




A corte de Belinor não parava. Os rumores da guerra eram mais um motivo para manter vivo o ambiente festivo dos bailes e banquetes, mostrar o quão tranquilo o Reino estava, e que nenhum rebelde ameaçava ao rei. A dança ao som do minueto era a nova mania da corte. Entre todos, sobressaía a figura ímpar de Lady Hawmakh, rainha consorte. Bela, adorada por seus súditos, a alma da corte. Evoluía com graça e leveza, mas sentia algo pesado no ar. Como se estivesse sendo observada...
 
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58 replies since 27/1/2006, 05:09   1016 views
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