Uma nova história, O começo da nova saga CGoca!

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Sr Spock
view post Posted on 27/1/2006, 05:09




No início do outono passado, a guerra estorou no sul. Parecia algo distante, mas ao cair do inverno a notícia chegou. Os príncipes decidiram entrar na guerra, e cada condado deveria enviar um de cada 10 homens para a frente de batalha. Ao final do inverno, todos seriam conduzidos para as cidades que serviriam de ponto de partida.

Esse já era o segundo dia da primavera.

Edited by Sr Spock - 12/12/2006, 00:36
 
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Alkalino
view post Posted on 13/12/2006, 01:19




Pelas estepes traiçoeiras das terras além do rio Corso, um cavalo galopava veloz, cortando a noite contra o vento. O cavaleiro que o montava tentava a todo custo manter-se desperto, embora sentisse que o veneno já começava a fazer efeito. Praguejou mais uma vez contra aquelas covardes criaturas da floresta e suas malditas flechas que atravessam armaduras. O cavaleiro portava uma carta com o selo do príncipe de Rühl, e esperava chegar ao seu destino antes do pôr do sol do dia seguinte. Porém, não sabia que estava sendo seguido desde o dia anterior.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 15/12/2006, 02:31




O nome do cavaleiro era Balak. Seu perseguidor havia sido astuto ao empregar os selvagens Dröhls contra a pequena caravana de batedores do reino de Rühl. Contrariando qualquer expectativa, as criaturas os atacaram quando ainda não haviam entrado na floresta, enquanto levantavam acampamento. Pagaram com suas vidas, mas seu veneno também levou todos os companheiros de Balak, o mais veloz e tenaz mensageiro, que prosseguia com a missão desesperada, que ainda não tinha consciência de ser inútil.

Mas seu perseguidor não esperava ter tanta dificuldade em seguir um moribundo...
 
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Sr Spock
view post Posted on 17/12/2006, 01:21




Já era o segundo dia de marcha do grupo, e mais algumas horas chegariam ao ponto de encontro dos soldados de duque Mirel. Um dos homens percebe o rastro levantado por alguém vindo do sul, provavelmente não mais do que meia dúzia de homens montados. Porém, bem antes do esperado, ouvem um trotar muito próximo. Segundos depois, pula de um arbusto próximo uma montaria esguia, de quartos velozes, carregando um homem caído para trás na sela e que repentinamente vê-se cercada por 2 dezenas de homens quase tão assustados quanto ela.
 
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Alkalino
view post Posted on 23/12/2006, 23:54




Arcos retesados, espadas em punho, uma apressada formação de batalha e, durante alguns instantes, ninguém rompeu o silêncio. O líder do grupo, o oficial mestiço a quem todos chamavam de Vagnad, foi quem deu a ordem:
- Veran! - e apontou para o cavaleiro caído na sela.
Veran não gostava de mestiços, mas conhecia as histórias a respeito de Vagnad, e por isso o respeitava. Hesitante, aproximou-se do cavaleiro, e logo constatou:
- Capitão, ele está morto...
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 27/12/2006, 14:13




Vagnad e os demais logo reconheceram Balak. Seu estado era lastimável e os despertou primeiramente repulsa, depois dor e ira. Sua garganta havia sido cortada. Os cantos de sua boca também, como se para aumentá-la, e seus olhos haviam sido arrancados. Percebendo que sua armadura de couro esava retalhada, despiram-na e perceberam uma terrível mensagem, rasgada na carne de seu peito:

Este homem viu algo que não devia

Sua boca grande está agora calada para sempre!


A exclamação era um grande talho, que expunha as costelas, e um gládio cravado no abdome, servindo como ponto...
 
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#FF#
view post Posted on 29/12/2006, 17:42




Muitas léguas distante dali, onde o último raio de sol já se extinguira havia horas e o silêncio da madrugada avançava sobre a cidade, Tayra abriu os olhos de sobressalto.

Era apenas um pesadelo?

Ela suplicava que fosse. Não podia voltar a fechar os olhos, embora por trás das pálpebras a escuridão não fosse maior. A imagem era terrível demais.

Pai...agüente firme!
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 2/1/2007, 20:49




Ergius afastou enojado o grotesco saco que Canannar apresentara como prova do sucesso de sua missão.

- Devia ter trazido a cabeça mesmo, que nem fez com os outros.

- Achei que apreciaria minha boa-vontade. Por esse extra nem vou cobrar nada, e espero que traga terror ao coração de seus inimigos.

- Ainda assim isso não prova nada. Não vejo a cabeça de Balak aqui, e ele já escapou de mais de uma situação como esta. Não posso me arriscar! Você poderia ter tirado os olhos de qualquer outra pessoa.

- Sim, como os seus! - Retrucou Canannar, começando a perder a paciência. A visão do guerreiro era terrível, ainda mais para alguém que conhecesse sua reputação, como era o caso de Ergius.

Refletindo melhor, sim, estes provavelmente eram os olhos do pobre Balak. Ergius começa a tatear tremendo umas bolsas jogadas ao fundo da tenda, procurando pela recompensa do assassino...
 
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Sr Spock
view post Posted on 7/1/2007, 18:27




Pouco depois que o grupo chegou ao ponto de encontro, a notícia sobre o que estava no rolo ensanguentado espalhou-se. Muitos conheciam Balak, ou pelo menos seu nome, e os que não conheciam logo ouviram histórias sobre ele e seus feitos. Aquele era o pior momento possível para lidar com malfeitores no ducado, enquanto mandavam soldados para uma guerra distante, mas uma afronta dessas não poderia ficar sem resposta.

Por menos que gostasse, o duque teria que aprovar que solicitassem os serviços do bruxo-caçador...
 
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#FF#
view post Posted on 16/1/2007, 03:41




Se ao menos soubesse por onde começar, poderia enviar Tricklytt. O meio-gnomo era de confiança enquanto seu objeto de desejo permanecesse incólume.

Mas quem, afinal, seria o traidor? Conde Mulfer, aquele bastado? Conde Ergius? Ele tinha informações suficientes......mas talvez.....algum oficial de patente menor? - Duque Mirel sabia do descontentamento de parte da tropa com as últimas designações.

Não adiantava. Por mais perspicaz que fosse - e o acreditava ser bastante - ele não ousava eleger um, e não outro. Meios e motivos, todos eles tinham de sobra. Raios! Que assim fosse, então!

- Nark! Quero que entregue pessoalmente esta carta para Wur-Tatan!

O servo, que quase cochilava em sua mesa, o olhou assustado. Mas o duque antecipou-se a qualquer que fosse a palavra que lhe subia pela garganta.

- Imediatamente! Vá!


 
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Alkalino
view post Posted on 16/1/2007, 17:52




Um jovem aldeão percorria veloz a estrada de terra que se extendia desde o portão até a porta principal do palacete. A propriedade, cercada por altos muros de pedra, era talvez a segunda maior de todo a região, só perdendo em tamanho para o suntuoso castelo-fortaleza do Príncipe de Rühl (embora não padecesse do mesmo mau gosto arquitetônico tão característico da Nobreza em geral), e localizava-se na parte mais oriental da cidade.
Quando chegou ao fim da estrada, contornou as escadarias, tomou um atalho por entre os jardins e logo surgiu do outro lado da casa. O coração não cabia no peito tamanha sua excitação. O jovem escalou sem muita dificuldade um caravalho, e logo estava diante da janela do quarto de sua amada, a única pessoa que não o tratava como um abobado incapaz.

- Lady Tayra? Sou eu, Crispin. Ei, eu trouxe essas conchas, são lá do litoral, talvez...

Crispin mal conseguiu se equilibrar quando, por entre uma fresta na cortina, vislumbrou a terrível cena que se passava no quarto da filha de Balak.

- Lady... Lady Tayra!? :o:

Edited by Alkalino - 17/1/2007, 16:26
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 16/1/2007, 18:18




Gorges não teve dúvidas: meteu o tacape na cabeça do intrometido. Crispin caiu desacordado.

- Matamos ele? - Pergunta um de seus soldados. Gorges reflete brevemente antes de responder:

- Não, melhor levar ele pra algum lugar. Não queremos causar muita comoção. Queremos apenas a garota, e que ninguém nos veja saindo. Quando já tivermos ido, não vai ter mais nada pra nos preocupar. Ele não viu muito. Não quero matar ninguém sem necessidade. Mas vocês, acabem logo com isso! Se chegar mais alguém vai ser a cabeça de um dos dois! Estou falando sério!

Isso acabou mesmo por inibir o ânimo de seus soldados. Gorges achou que era melhor assim, e desistiu de se divertir, também. Um bruxo os havia contratado para raptar a garota, e bruxarias tendem a requerer que as mulheres que nelas são sacrificadas sejam virgens. Seu empregador poderia não gostar de ver a mercadoria danificada...

Edited by >Il Monstro< - 17/1/2007, 16:01
 
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Sr Spock
view post Posted on 17/1/2007, 03:28




Nark tremia, sem possibilidade alguma de esconder isso. Entrar no casarão "do bruxo", cujo nome ele nem se atrevia a dizer, já era muito para sua coragem. Os guardas eram assustadores, mas ele era pior. Ao ouvir o bruxo o dispensando, ignorou toda a precaução e saiu correndo.

Wur-Tatan sabia do efeito que tinha nas pessoas. Não fosse sua fama, seus amuletos ainda fariam o homem tremer. Quem quer que o encarasse. E assim que o assassino soubesse quem estava em seu encalço, iria fugir com mais pressa... e cometeria mais erros.

"Preparem a escolta. Quatro homens, sairemos ao amanhecer."

E agora era hora de sua bruxaria...
 
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#FF#
view post Posted on 17/1/2007, 21:38




A donzela era, sem dúvidas, merecedora da fama que tinha. Sua beleza resplandecia de tal forma que nem mesmo o velho bruxo - cuja velhice jazia na alma e não na contagem dos anos de seu corpo - podia fazer-se indiferente.

Mas agora não era hora para isso. O bruxo afastou de si quaisquer pensamentos externos, enquanto concentrava-se apenas nas palavras de poder que se lhe configuravam à mente. A mão direita espalmada sobre a testa da filha de Balak.

Ele procurava a porta que o levaria àquela dimensão onde os contatos de sangue são travados. Com alguma sorte, ele poderia descobrir de antemão a identidade do assassino. Senão, ao menos já teria boas pistas. Mas...........onde diabos estava a porta? A jovem parecia estar lutando por ocultá-la. Lutando contra Wur-Tatan! Como isso era possível?

 
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Curuja
view post Posted on 18/1/2007, 03:38




A força de Tayra para fechar sua alma era imensa.
Que tipo de coração é esse? Pensou Wur-Tatan. Como uma donzela de aparência tão doce e frágil poderia resistir tanto? E o que poderia valer tanto esforço?
O bruxo já começava a ficar exausto por usar tamanha força.

Enquanto isso na cidadela, Crispin acordava em um estábulo em meio ao feno, tentando se recordar do que acontecera. O que teria lhe causando tanta dor de cabeça?
 
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58 replies since 27/1/2006, 05:09   1016 views
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