Festival do Rio, O Rio em Cena

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Curuja
view post Posted on 22/9/2007, 00:39




A Grande Vitrine do Cinema Nacional

O Festival do Rio se consolida como a principal plataforma de lançamento de filmes brasileiros, superando mostras como Gramado e Brasília

* por Elisa Tozzi

A primeira vez que o cineasta Cao Hamburger apresentou O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias em público foi em uma sala abarrotada, no Festival do Rio do ano passado. A platéia não se conteve: aplausos em cena aberta e ovação ao final da exibição. O diretor estava tão nervoso que nem notou que aquele momento se tornaria histórico em sua trajetória cinematográfica. Tão importante que lhe rendeu o prêmio de Melhor Longa-Metragem, escolhido pelo júri popular. A sessão, com tanto entusiasmo e burburinho, não se encaixaria melhor em outro festival de cinema que o do Rio de Janeiro.

Centenas de fi lmes, exibições concorridas, público recorde, reações calorosas, telas de projeção espalhadas pela cidade, jornalistas por todos os cantos. E os olhares voltados, principalmente, para o Cine Odeon, glamorosa sala na Cinelândia inaugurada em 1926, onde o público se acotovela para conseguir vislumbrar, por poucos instantes que sejam, alguns dos artistas que desfilam por lá. Clima de mostra de cinema internacional, temperado com um ar retrô e chique, mas com clima carioca.

Esses fatores contribuíram para que a mostra do Rio preenchesse as lacunas deixadas por festivais tradicionais como os de Brasília e Gramado, que já foram fundamentais para o cinema nacional, mas que não marcam mais tendências. Hoje, quem dita os rumos da produção audiovisual brasileira é o evento da capital fl uminense. Para saber que filmes nacionais irão "acontecer" no futuro próximo, não existe lugar melhor. O motivo, para os organizadores, é a continuidade de um projeto bem-definido e a vontade de que "o cinema brasileiro se sinta anfi trião do cinema mundial", como diz a diretora-executiva do festival, Ilda Santiago.

Para aparecer na vitrine do Festival do Rio, produtores disputam arduamente espaço na Premiére Brasil, a mostra competitiva, considerada a plataforma mais importante para testar público e crítica. Os cineastas concordam. "Este é o melhor lugar para divulgar as produções", afi rma Sergio Machado, diretor de Cidade Baixa, premiado como Melhor Longa pelo júri ofi cial em 2005. "A Premiére Brasil é o termômetro do que está acontecendo no cinema nacional, e também o lugar ideal para lançar fi lmes bacanas."

Na edição deste ano, que acontece entre os dias 20/9 e 4/10, a disputa promete ser concorrida. Entre os fi lmes mais cotados para a seleção na Premiére, estão Mutum, adaptação de Guimarães Rosa por Sandra Kogut (Passaporte Húngaro), exibida na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes; Recruta, documentário de Guilherme Coelho (Fala Tu) que acompanha um grupo de jovens que tenta entrar para o Exército; Via Láctea, história de desencontros amorosos em São Paulo dirigida por Lina Chamie (Tônica Dominante), também exibida em Cannes; e Meu Nome Não É Johnny, filme de Mauro Lima baseado em caso real, em que Selton Mello interpreta um trafi cante carioca de classe média. Outro destaque do festival deverá ser Jogo de Cena, novo fi lme de Eduardo Coutinho (Edifício Master). Em uma brincadeira entre realidade e fi cção, mulheres comuns contam em estúdio suas histórias, e depois elas são reinterpretadas por atrizes como Fernanda Torres e Marília Pêra.

Mas não é só de cinema nacional que vive o Festival do Rio. O evento procura trazer para o Brasil produções estrangeiras essenciais, que defi nem o panorama cinematográfico internacional. Em uma lista que deverá ultrapassar os 400 títulos, fi lmes como Inland Empire, do cultuado diretor americano David Lynch (Cidade dos Sonhos), e The 11th Hour, documentário ambiental produzido por Leonardo Di Caprio, deverão ter ingressos esgotados em questão de horas.

Para um festival tornar-se essencial, no entanto, é preciso muito mais do que a exibição de filmes. O Rio de Janeiro transformou-se em um local de debates, discussões e negócios. Criado em 1999 com a junção do Rio Cine com a Mostra Rio de Cinema, o festival tinha um objetivo simples: levar até a capital fluminense os fi lmes nacionais que passavam por Gramado e Brasília, mas que encontravam difi culdades para chegar à cidade. A estratégia foi mais do que efi ciente. Agora, o evento já supera os gaúchos e os brasilienses em público, produções e importância, consolidando o tapete vermelho mais disputado no Brasil.



Maiores informações sobre o Festival e a programação no site: http://www.festivaldorio.com.br/site/
 
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Alkalino
view post Posted on 22/9/2007, 04:08




Eu vi um bacana hoje, "Sonhando Acordado", do mesmo diretor de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".

Amanhã tem Stardust e o A Prova de Morte, mais recente do Tarantino. ;)
 
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Curuja
view post Posted on 22/9/2007, 18:23




QUOTE (Alkalino @ 22/9/2007, 01:08)
Amanhã tem Stardust e o A Prova de Morte, mais recente do Tarantino. ;)

Tô meio bolada com o Tarantino desde Albergue.
 
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Alkalino
view post Posted on 25/9/2007, 00:56




Mas o Albergue nem é do Tarantino... ele só aparece no título porque é amigo do diretor... :P

Mas o A Prova de Morte é sensacional!!! :woot: :woot: :woot:
 
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3 replies since 22/9/2007, 00:37   185 views
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