Informações sobre o Vampiro que Ri:
Sexo e terror nas ruas de Tóquio. Colegiais maliciosas lucram com o desejo de velhos pervertidos. Adolescentes entediados espancam mendigos. Um palhaço ataca meninas. Um garoto descobre o prazer de machucar. E uma vampira inicia um colegial em novos prazeres.
Já se fala de “suehirismo” para batizar a febre que começou no Japão, tomou a Europa e já chega aos EUA. Uma febre que transborda e avança além do universo dos fãs de quadrinhos. Tanto que Maruo segue sendo comparado a nomes muito diversos, como Lautreamont, Pasolini, William Blake e, principalmente, Luis Buñuel. Como se houvesse uma ansiedade da crítica em localizar de onde pode ter surgido um talento tão perturbador e paradoxal.
No livro O Vampiro que Ri encontra-se latente o espírito subversivo do surrealismo, mas, ao mesmo tempo, o mangá nos chacoalha também com um cruel realismo da juventude japonesa. O Vampiro que Ri ataca nossas retinas com as cenas mais perturbadoras e faz isso de maneira tão efetiva justamente por seus traços muito delicados.
“Não só a história é estranhamente brilhante”, diz o Guia del Comic espanhol. “O desenho de Maruo, claramente influenciado pelos grandes ilustradores japoneses clássicos, é de uma perfeição quase inumana”. Talvez, no fundo, o que mais nos perturbe em Suehiro Maruo seja ter que admitir que a palavra “gênio” ainda tenha utilidade.
O autor
Suehiro Maruo é o mais importante representante do mangá underground (angura) na atualidade. Sétimo filho de uma pobre família do interior do Japão, desde cedo abandonou a escola e passou a adolescência metido em pequenos roubos (ganhou uma temporada de duas semanas na cadeia, depois de ser pego em uma loja roubando discos do Pink Floyd e do Santana). Era um rapaz sem profissão. Tentou mostrar seus quadrinhos para a revista Shonen Jump (de Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco etc.), mas foi recusado sem maiores explicações.
Em 1980, tinha 24 anos quando finalmente começou a trabalhar como quadrinista, fazendo HQs de terror erótico classe B. Em 1982, publicou pela primeira vez na prestigiada Garo, a mais importante revista da vanguarda dos quadrinhos japoneses. Foi quando sua vida mudou. A crítica aclamou seu trabalho, que passou a ser cultuado por um público muito amplo, principalmente o feminino. Hoje seus livros são publicados no Japão em edições de luxo, e seus originais custam pequenas fortunas no mercado de arte