Nelsinho, Senninha e acabou
Flavio Gomes
21/09/2006 - 01:24
LAT
Kubica: um acaso, como serão acasos os brasileiros pós-Nelsinho & Senninha na F-1
Não deixa de ser emblemático o fato de que os dois próximos pilotos do Brasil na Fórmula 1 carreguem os sobrenomes Piquet e Senna. O primeiro já chegou, e se fizer tudo direitinho, como parece que vai fazer, será titular da Renault em 2008 e terá uma vida toda pela frente para pelo menos tentar se aproximar do sucesso do pai, um dos dez maiores pilotos que a categoria já viu.
Bruno ainda tem alguns degraus a subir, mas nem ele é capaz de negar que a abertura de portas nos anos que vêm por aí lhe será mais generosa do que para alguém que se chamasse Pereira ou Nogueira, tendo percorrido trajetória parecida — o início tardio, direto na Inglaterra, sem títulos importantes, etc.
Nelsinho e Senninha são os escalados pelo destino para escrever os próximos capítulos verde-amarelos na F-1. E acabou. Vão se juntar a Felipe Massa, o último bom fruto do automobilismo brasileiro, nascido na extinta F-Chevrolet. Porque o automobilismo brasileiro não forma ninguém faz tempo, mortas que estão as categorias de monopostos por aqui. Não há outros nomes no horizonte.
Ambos traçaram seus caminhos prescindindo do que se faz no Brasil. O primeiro-sobrinho nunca correu no país de nada, porque nada havia de útil a fazer em sua terra natal. Piquet Jr. começou no Brasil, estagiando na F-3 Sul-americana, não porque fosse um passo obrigatório; mas porque era o jeito mais fácil e barato de aprender a dirigir, mesmo.
A prova de fogo viria na Europa, como veio. E ele passou.
Se aparecer algum moleque bom nos próximos anos, portanto, será um acaso. Um acaso como Kubica, uma vez que a Polônia não tem propriamente um projeto nacional de formação de pilotos. Ele simplesmente brotou. Foi na Polônia, como poderia ter sido na Bulgária ou em Madagascar.
O fato é que o Brasil deixou de ser um celeiro. Virou Polônia, ou Bulgária, ou Madagascar. A última safra já se esgotou, e gerou Tarso, Zonta, Pizzonia, Bernoldi, Burti, Da Matta, Kanaan, Helinho e Massa. Bons nomes. Se não explodiram, a maioria, foi por mera contingência do esporte. Nem todo mundo vira campeão. Mas havia um padrão, um rumo, cujo objetivo final era a F-1. O cara começava no kart, passava pela F-Ford ou pela F-Chevrolet, depois talvez pela F-3, depois então a Europa.
Não há mais nada disso no automobilismo brasileiro. Nem padrão, nem rumo, nem objetivos. Nem mais Piquets ou Sennas na linha de descendência das famílias famosas.
Agora, só se brotar alguém. Do nada, ao acaso.
Flavio Gomes
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Renault nega ter "vetado" Alonso nos testes
Warm Up
21/09/2006 - 09:44
Fernando Alonso não participa dos testes da Renault nesta semana, os últimos da Renault na temporada. E, como não poderia deixar de ser, surgiram boatos sobre um possível “veto” da equipe ao espanhol, que trocará a montadora francesa pela McLaren em 2007.
“Isso é absolutamente sem sentido. Fernando não foi ‘banido’ de coisa alguma. Ele está no Japão, para participar de um evento de um patrocinador”, disse um porta-voz da atual campeã de Construtores.
Com Alonso “ocupado” em seus deveres publicitários, a equipe trabalha em Silverstone com a dupla que representa o futuro do time na F-1, segundo Flavio Briatore: Heikki Kovalainen e Nelson Ângelo Piquet.