| Esse texto é velho, saiu na Megazine faz alguns meses. Mas acho que ainda vale, já que a maior parte desses filminhos ainda estão pela rede.
Em tempo: se alguém quiser fazer um fanfilm, tô dentro...
Santa audácia, fãs!
Você pode não acreditar mas circula pela internet um dos melhores filmes de super-heróis dos últimos tempos — e é estrelado pelo Robin. Sim, aquele mesmo, o Menino Prodígio. E feito por um fã, ou seja, é um fanfilm , a última febre em downloads na rede. Além de feitos por fãs, eles também são de curta duração e, claro, baratos, mas muitos são tão bem produzidos que surpreendem.
O tal filme protagonizado pelo parceiro do Batman se chama “Grayson” e é escrito, produzido, dirigido e estrelado por John Fiorella. Mas não o subestime pela quantidade enorme de funções a ele atribuídas: o filme, ou melhor, o trailer, é excelente. É, não passa de um trailer, acredita? Só dá o gostinho da coisa. Joel Schumacher deve estar se mordendo de inveja.
A história de “Grayson” é a seguinte: 20 anos após o fim da era de ouro dos super-heróis, a esperança abandonou Gotham City. A corrupção infestou a cidade e causou a morte de seu principal defensor. Agora, o antigo Menino Prodígio, Dick Grayson, surgirá das trevas para vingar a morte de seu lendário mentor.
Além de “Grayson”, existem outros bons fanfilms na internet, como, por exemplo, “Batman — Dead end”, de Sandy Collora, que até a “estréia” do filme de Fiorella era o melhor da rede. Neste pequeno grande filme de apenas sete minutos, além de escrever, produzir e dirigir, Collora fez os story boards . A história? O Coringa escapa do asilo Arkhan e Batman sai em seu encalço. Resultado? O Alien e o Predador aparecem em seu caminho.
O morcegão não é o campeão em filmes de fãs, “Guerra nas estrelas” ganha de longe. O mais divertido sobre os jedis é uma animação em stop motion (como a série dos Thunderbirds) chamada “Quentin Tarantino’s star wars”. Trilha e diálogos no estilo do cineasta americano, imagine...
Mas não só de Batman são feitos os fanfilms . Os primeiros minutos de Bruce Banner após sua fatídica exposição aos raios gama — portanto, o nascimento do Hulk — são mostrados em “Reaction”; uma briga de bar protagonizada pelo Wolverine é o tema de “Last call”; o Coelhinho da Páscoa contrata o Lobo para dar cabo do Papai Noel em “Lobo: paramilitary Xmas special”; Mike Meyers, o mascarado, volta mais uma vez, só que agora num fanfilm em “Halloween nightmare”; os Comandos em Ação (!) estrelam “G. I. Joe”, porcaria em película que mais parece um filme pornô sem sexo; “Freddy vs Ghostbusters” (!), não precisa dizer mais nada; e até o britânico Bond, James Bond no divertido “Killing in the name”.
Até o Brasil tem filme de fã. O herói curitibano Gralha já apareceu em duas aventuras: “O ovo ou a galinha” e “Um encontro explosivo”, onde Gralha esbarra em Oil Man, um homem de rabo-de-cavalo que anda de bicicleta pelas ruas daquela cidade só de sunga e todo besuntado (!).
Não gostou de algum dos últimos filmes de super-heróis? Então faça você mesmo o seu fanfilm . Mas cuidado: depois do sucesso de “Batman — Dead end” na ComicCon de San Diego no ano passado, a Warner Bros proibiu a exibição de qualquer tipo de material não oficial na feira deste ano. Muitos reclamaram, alegando não haver fins lucrativos no trabalho dos fãs cineastas, apenas prazer, já que eles fazem os filmes de graça. Mas as convenções, evidentemente, usam os fanfilms como chamarizes. E cobram ingresso, claro.
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