Contos, Escrever faz bem!

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Journeyman
view post Posted on 27/5/2005, 19:25




Boa pergunta!
 
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Sr Spock
view post Posted on 27/5/2005, 23:39




A literatura é útil quando você precisa de um abridor de latas?
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 27/5/2005, 23:55




Porque eu sou um...

INÚTÊÊÊL! A GENTE SOMOS INÚTÊÊÊLL!!!

e tu nem respondeu se eu supus bem...
 
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Journeyman
view post Posted on 28/5/2005, 00:28




Supõem mal!

Na verdade, essa é uma pasta que deveria ter uma produção maior. Já penso? Poderíamo lançar um livro: "Os contos do CG" !
 
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Imortal
view post Posted on 28/5/2005, 05:21




QUOTE (#FF# @ 27/5/2005, 15:23)
QUOTE (Journeyman @ 26/5/2005, 20:38)
Sõ não entendi o que você quis dizer com "usar a compulsão para postar algo útil"...    

Nem eu!

Muito do que ele já postou me parece bem mais útil do que esse texto que um dia (quando vencer a preguiça ) eu lerei!


Se você julga esses textos são tão úteis, por que ainda não escreveu nenhum?

Faço minhas também estas palavras.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 28/5/2005, 09:06




Sempre eu! Tudo eu!
 
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#FF#
view post Posted on 28/5/2005, 11:12




huahuauhauhauhuahuah!!!!


Que mania de perseguição!
 
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Journeyman
view post Posted on 28/5/2005, 21:58




É...O Monstro e esse papo de ter sempre alguém atrás dele.
 
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#FF#
view post Posted on 2/6/2005, 07:50




QUOTE (>Il Monstro< @ 28/5/2005, 05:06)
Sempre eu! Tudo eu!

 
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El Carmo
view post Posted on 14/3/2006, 15:27




Gostaria que se iniciasse neste forum um novo tipo de discussão: O trabalho desenvolvido pelos foristas. Aqui vai um pequeno conto para apreciação dos foristas. Noite em Paris:

Noite Em Paris

El Carmo

Fazia um friozinho e chuviscava. Ele parara em frente ao Eléphant Blanc. Esperar. Logo estiará. Eram, talvez, duas horas, ou menos. Outras pessoas ali se encontravam. Esperavam silenciosas, a chuva passar. Um homem baixo, de careca luzidia, meio desdentado e de roupas modestas, parou em sua frente e de costas, coçando seus perigalhos, comentou sobre o tempo. Eterno tema das conversas dos que nada têm a dizer. Mecanicamente respondera àquele homem convicto, de que conversas passageiras não eram propícias para se iniciar uma amizade e isto era o que lhe interessava, pois sabia das dificuldades em se fazer amigos na França e mais ainda o quanto era difícil conservá-los. Como ser amigo de um clochard? De uma pessoa que não tinha morada e não se sabia onde procurá-la nas dificuldades? Não. Não era um clochard. Flanava, apenas, flanava. E se fosse, iria precisar de um clochard? Si.No. Não lhe interessavam suas porandubas, mas batera um papo. Era difícil encontrar alguém para papear. Sua vida transcorria em monólogos. Monólogos que saiam sem sons. Para que abrir a boca? Não havia ouvidos. aquele homem percebera o estrangeiro.Talvez,também ele, estrangeiro em sua terra. Não. Não era um árabe. Il n´etait pas un pied-noir. Non, il n´etait pas un mexicain, non plus. Il s´agit d´un brésilien. Du Brésil. Le carnaval de Rio. Disse ser do sul e talvez entendesse um pouco de português porque sabia algumas palavras do provençal, la langue d´oc. Orgulho nos olhos ridentes. Alguma semelhança entre o português e o
provençal? Existe ainda falantes desta
língua? Dela sabia apenas que tal qual o francês o u se pronuncia abrindo-se a boca para dizer u e ao contrário dizer i, saindo um som semelhante ao ü alemão. Acabava de aprender que bouche se diz boca como em português, une boca, ou bouco, uno bouco; Que nuit se escreve nuet, noite, e se pronuncia nué; dia não é jour mas jorn e se pronuncia dzur, pois o j e g se pronunciam dz; Ch se diz ts; Paraxítonas las palabras finitas em un, a, e,o, as, es, os. Saberá que Frederico Mistral, escrevendo em provençau, tornou respeitada a língua occitana. Dias virão em que lerá o Miréio: "Cante uno chato de Prouvènço./ Dins lis amour de sa jouvènço". "Canto uma jovem da Provença.E seu amor de juventude". E lerá um dia a súplica dirigida ao rei René em 1474: Tres soveyran et tres haut prince, A la vostra sacrada real majestat, humilment et devota si expausa..."
Uma rajada de vento e água. O velho recuou tocando-o. No sexo. Entendeu tudo. Não era isto que estava procurando. Tinha estado em alguns bares. D´Alliance Française, onde estudava e lavava pratos fora ao Trait-d´Union. O primeiro trago. Ponto de partida para a noite. O velho Daniel dansava a bandeja em suas mãos. Estivera na Buate Grise. ouvir cantar Pernambuco. A bossa Nova. Ensaiara cantar: "guarda a rose que dei... O pianista negro como sempre reclamava da falta de ritmo. A compreensão e o carinho de Pernambuco. Bebera, bebera e bebera. Não lhe olhavam as loiras nem as morenas. Em vão. Tímido para a abordagem. Sòzinho mais difícil a conquista. Não era um pédé. Não. Ele não dissera isto. Queria apenas sucer sa bite. Não. Alí na rua, descaradamente assim? Qu´il n´y avait personne. Tous sont rentrés. L´Elephant Blanc fazia congé, nesta noite. Seus fregueses foram beber em outra freguesia o grogue reconfortador. Não, definitivamente, não. Iria voltar a seu quarto. Seu runcó. Subiria os sete vãos de escada do 16 rue d´Assas. Dormindo estaria Madame Zurflux e seu fiel kiki. Dormindo estaria Mademoiselle Zurflux. E Concepción, a solícita ménagère. La concierge botaria os olhos para ver quem estava entrando. Nunca dormem as concierges. Poria um disco na vitrola. Aquela que lhe presenteara a namorada, dedicada esposa do italiano. Lembraria o dia em que a conhecera ao comprar-lhe amendoim na avenida Saint Michel. Est-ce-que vous jouez de la guitarre? Por acaso tocava, sim, violão. Claro, dar-lhe-ia aulas de violão. Talvez não tocasse tão bem, não fosse capaz de tocar-lhe o Concerto de Aranjuez. Ou Igualar Turíbio Santos num Estudo de Villa-Lobos. Saberia, contudo, planger as primeiras notas.
Sim, subiria ao seu quarto. Tomaria um copo de Porto. Esquentar o frio. Deitar-se-ia ouvindo tranquilamente Mozart. O Divertimento em ré maior, K334, do poeta que em l779, na velha Salzburg, num rasgo de inspiração, compôs para o deleite da posteridade. Era cedo. O leiteiro inda não passara. Dormiria um pouco e voltaria à rua. Buscar sua cota de leite na mercearia. Não. Não era um clope. Não era um ladrão. Mercúrio sabe disso. Fazia sua redistribuição da riqueza. Os francêses entregam o leite nas padarias e mercearias na madrugada. Como nas residências, deixavam os pacotes empilhados em frente à porta. Pegava sua parte todas noites. Era preciso comer. Em seu quarto lhe esperavam a baguete e a manteiga, esta, surripiada no marché à cotê. Não tremer como lhe dizia o amigo Luiz. Se tremer o francês vê, como quase viu no dia em que roubaram chocolate no mercado. Ou no dia em que te pegaram roubando um livro de Pierre George. A mão do segurança sobre teu ombro. Não. Não tinha esquecido nada. A prova do furto. O livro sob o capote. O caminho para delegacia. O caminho para seu quarto. Os gritos dos policiais. Polícia, igual em todo mundo. Como bem disse Maradona imbecis, há em toda parte. Não mataram Sacco e Vanzetti? O medo da deportação. A volta, envergonhado e vencido. Por-lhe-iam num barco de terceira. A viagem, a náusea e a chegada. As indagações curiosas. Saudades das luzes de Paris. Seus bares buliçosos. O aprendizado. O fumo, o vinho e a cerveja. Un demi. Un panaché. As discussões. Cinema, teatro e literatura. E política e política e política. Daria tempo de avisar a Chantal? Dar-lhe-ia o violão e o berimbau. Um regalo. Devolveria a radiola a Louise. Que brigasse o homem bigodudo. A máquina de escrever para Novelli. Que deixasse os pincéis um momento. Escrever um poema. Os livros de política para o Ortega. Fazer a revolução na sua Nicarágua. Não esquecer. Poesia e teatro para o David, o néozelandês. Perdoa-lhe-ia por não lhe ter apresentado a petite allemande? De cinema para yushiro. Sentia. sentia muito. Quando iria rever seus amigos? Seu berimbau. Talvez o único existente em toda Paris. Quanto deve a seu berimbau. O toque n´A feijoada de Madame Faure e o toque em Brigitte Bardot. Seus passos, sua dança e a amizade. Ensina-me dançar o samba. Seu berimbau, seu gunga. Como o amava e as cantigas ensinadas por seu mestre Canjiquinha. Esse Gunga é meu, eu não dou ninguém. Esse gunga é meu. Foi meu Deus que me deu. Essse gunga é meu. Seu berimbau, seu abre-te sesamo. Se ele estivesse ali. O delegado. O encanto da serpente. Os gritos dos policiais. Como pode? Um estudante de direito, como pode? As lágrimas. O pleito, a pena e o perdão. O exame de demografia quase prejudicado. Não. Ser firme, dizia. E viverás. El Carmo.
 
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El Carmo
view post Posted on 14/3/2006, 15:50




Não sabia que já existia um espaço para literatura e trabalhos dos foristas. Fico feliz em saber. Lerei coom prazer todos os trabalhos que forem publicados. Vou tentar transportar o meu conto para ete espaço. abraços.
 
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Journeyman
view post Posted on 14/3/2006, 22:10




Finalmente essa pasta vai voltar a ter movimento!

Edited by Journeyman - 14/3/2006, 22:16
 
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28 replies since 5/11/2004, 16:12   499 views
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