O quê que o Radiohead tem?

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Alkalino
view post Posted on 17/1/2005, 17:57




Compartilhando um belo link que me foi enviado pela sarahivich:

http://www.koreus.com/files/200408/radiohe...head_creep.html
 
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sarahivich
view post Posted on 17/1/2005, 19:22




i'm a creep, i'm a weirdo.
what the hell am i doing here?

queria tanto estar com um computador com som para poder ouvir esse link aí.
aliás, acho que hoje só entrei nesse tópico porque queria muito ouvir radiohead -- e nenhum cd por perto, som do pc sem funcionar...
afe.

aliás, teve uma fase -- e eu não era adolescente...! -- que ouvi essa música milhares de vezes. no repeat.

e só parava para ouvir space oddity, com o bowie ou com a natalie merchant.

e depois só parava de novo para ouvir motherland -- com a merchant, também.

ultimamente eu não tenho ouvido nada. preciso consertar urgentemenet o meu discman. e, também, parar com a história de "ah, não vou comprar esse cd, porque o gustavo tem ou vai comprar, e depois que a gente casar vai ficar um monte de coisa repetida". porque o resultado disso é que eu NUNCA MAIS comprei um cdzinho. []
 
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Journeyman
view post Posted on 17/1/2005, 23:31




Putz...Essa música foi feita para mim!
 
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Journeyman
view post Posted on 17/1/2005, 23:38




Muito legal o link! Parabéns! Como vocês conseguem achar esses sites?
 
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Journeyman
view post Posted on 18/1/2005, 17:21




Poxa, muito legal mesmo! Até guardei o link! Será que tem outros lá? É que como não sou um troglodita, não consigo entender tudo o que está escrito lá.
 
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sarahivich
view post Posted on 18/1/2005, 23:33




nessa página? não sei, porque não pesquisei.. vou dar uma olhada e te digo.
 
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Journeyman
view post Posted on 18/1/2005, 23:40




Eu já procurei! Existem várias animações muito legais! Mas, com música, acho que só aquela mesmo.
 
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Alkalino
view post Posted on 23/6/2005, 13:29




'OK Computer' é o melhor disco dos últimos 20 anos

O álbum OK Computer, da banda britânica Radiohead, foi eleito o melhor disco dos últimos 20 anos pela revista americana especializada em música Spin.
Um painel de especialistas escolheu o disco, de 1997, porque ele "previu de forma fantástica nossa cultura global de agonia comunitária", como declara o editorial da revista, que comemora 20 anos.
Mais de um quarto dos 100 melhores discos escolhidos são de artistas de hip hop, apesar da revista ter no rock o seu foco principal.
Entre os primeiros colocados, It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, do Public Enemy (2º lugar), Nevermind, do Nirvana (3º), The Queen is Dead, dos Smiths (5º) e Sign O' The Times, de Prince, na 8ª posição.
A editora-chefe da revista, Sia Michel, disse ter escolhido discos de 1985 para cá porque as obras das últimas décadas foram marcadas por "brilhantismo, inovação e relevância que sobreviverão aos tempos".
Entre os álbuns mais recentes na lista da Spin estão College Dropout, de Kanye West (2004), e Fever to Tell, dos Yeah Yeah Yeah's, de 2003. Sia Michel disse que a popularidade traduzida em venda de discos não influenciou no resultado.
"Os Pixies, por exemplo, aparecem em sexto lugar na lista com Surfer Rosa, álbum que não vendeu milhões", diz. O próprio OK Computer não alcançou mais do que o 21º lugar na Billboard americana.
 
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Alkalino
view post Posted on 20/2/2006, 19:37




É tão curioso quanto arriscado eleger um álbum de uma década tão recente como um clássico, mas Ok Computer merece o posto. É modelar, é referencial. Parece ter sido concebido num daqueles raríssimos momentos de inspiração tão elevada que uma nota a mais, um segundo a menos, uma palavra mal colocada poriam tudo a perder. Um daqueles momentos em que os relógios pararam (inclusive o Big Ben!) e os olhares de todo mundo se voltaram à Grã-Bretanha para assistir ao Radiohead cravar definitivamente seu nome na História da Música.

Não é por acaso que OK Computer foi chamado o Dark Side of the Moon dos anos 90. Assim como o clássico do Pink Floyd, Ok Computer é conceitual, exige um profundo exercício mental para ser compreendido e se tornou referência imediata na música que seria feita subseqüentemente. Que o digam Coldplay, Muse, Elbow, Travis, etc.

Absolutamente todos os infindáveis "ruídos" presentes no álbum têm razão de ser. Tudo o que está ali é partícula indivisível de um organismo que compõe uma obra-prima. Mesmo com esse conceito na cabeça, assim como as grandes obras de arte, Ok Computer permanece indecifrável: a magia que permeia o álbum está sempre lá, inatingível, mesmo que você esteja escutando o disco pela enésima vez.

A temática do álbum é a do ser humano sendo "dragado" pela tecnologia e a dinâmica que governa o mundo moderno. Munindo-se de milhares de aparatos que seriam supostamente necessários para o "viver corretamente", o homem se enclausura de tal forma que acaba por não reconhecer a si mesmo e aos que o rodeiam. Na perspectiva de Ok Computer a sociedade está doente, sofrendo do mal da não convivência e da rendição às máquinas em detrimento dos sentimentos. Uma sociedade que não comunga entre si, já não poderia nem mesmo ser chamada de sociedade, não é mesmo?

Algumas análises sugerem que o álbum se trata de uma história com início-meio-fim. Não acredito que as músicas estejam seqüencialmente interconectadas, mas sim que trabalham sobre um tema em comum, com visões diferentes a cada nova faixa.

Thom Yorke personifica andróides, alienígenas e empresta sua voz aos computadores. Assim, seus personagens têm um olhar imparcial que reflete conceitos acerca da humanidade que, nós, fazendo parte dela, talvez não sejamos mais capazes de perceber. No máximo, assim como Yorke em "Subterranean Homesick Alien", ao se dar conta da essência da qual estamos lentamente nos distanciando, passamos então a nos sentir os "anormais", os "estranhos", os "não humanos".

O álbum é composto de experimentações sonoras de cabo a rabo, afinal o assunto são as máquinas. Bastou para que fosse rotulado de progressivo. Contudo, o progressivo estaria restrito às experimentações, porque, de forma alguma, encontramos em Ok Computer solos intermináveis e letras rareando. Ao contrário, a textura serve para contribuir para a sensação de espacialidade, mas de maneira geral, trata-se de um trabalho minimalista, no qual, em alguns momentos, o instrumento nada mais é do que a própria voz de Thom Yorke. Além disso, há rompantes de puro rock n´roll como em "Paranoid Android", um dos vários exemplos do deslumbrante casamento entre rock n´roll e eletrônico proporcionados pelo álbum.

A introdução é feita pela enigmática "Airbag". Yorke preconiza ter sido salvo por um airbag ao sofrer um acidente. Agora, a sua missão passa a ser "salvar o universo".

"Paranoid Android" é uma verdadeira sinfonia provocada pela mescla de instrumentos acústicos e eletrônicos. Thom Yorke alterna os vocais entre momentos de apenas murmúrios e violenta irritação. Aos três minutos, a música dá uma belíssima reviravolta, deixando todo o ambiente extremamente ruidoso para, em seguida, encontrar-se novamente com a voz calma que traz tranqüilidade e suavidade... temporárias. De novo estamos mergulhados na profusão de ruídos e caos. Ao fundo, uma voz robótica repete "I may be paranoid, but not an android", oferecendo uma das chaves do enigma que envolve todo o álbum. A música termina abruptamente e finalmente encontra alívio em "Subterranean Homesick Alien".

A ambientação onírica em "Subterranean Homesick Alien" é causada pela combinação da letra, em que Yorke pede para ser levado por naves espaciais por não se sentir mais parte deste mundo e efeitos sonoros que iniciam-se mínimos para atingir um ápice quase já no final da música.

"Exit Music (for a film)" traz a voz de Thom Yorke introjetada pela própria incapacidade de até mesmo respirar sozinho, segundo ele canta. O tom claustrofóbico e arrepiante dado principalmente pela linha de baixo de Colin Greenwood, num dos momentos mais floydianos do álbum, incomoda, fazendo desta música possivelmente o momento mais dark de Ok Computer.

"Let Down" é doce, um óasis disfarçado. A sonoridade é bastante pop, mas esconde na letra uma tremenda decepção com a própria vida. O modo Radiohead de discorrer sobre a falta de surpresas que nos guarda.

"Karma Police" é uma melodia melancólica que questiona o ser diferente. O "anormal" deve ser detido, já que deixa as coisas fora da "ordem". A base do piano dá a cadência necessária para o desespero final de Thom Yorke ao admitir que apesar de todos os seus esforços, não consegue encontrar o encaixe para passar no teste de "normalidade".

"Fitter Happier" é emblemática. Um computador dá os comandos para ser mais feliz: não beber muito, exercícios três dias por semana, conviver mais harmoniosamente com seus colegas de trabalho, comer bem, não consumir comida de microondas e gorduras saturadas, ser um motorista mais tolerante, manter contato com velhos amigos, ou seja, níveis impossíveis de serem atingidos e conseqüente auto-estima indo por água abaixo. Te parece familiar?

"Electioneering" traz riffs de guitarra para embalar um Thom Yorke agora vestindo a persona de um político. A mais destoante do álbum, nem por isso menos importante. Ela talvez seja um dos grandes motivos de eu não acreditar que o álbum tenha uma unicidade seqüencial.

"Climbing up the walls" é serena, calma e profundamente dark. O vocal é distorcido, praticamente um lamento. Thom Yorke preparando-se para dar o bote, a música torna-se então melodiosa, novamente a sensação onírica escondendo uma letra, para dizer o mínimo, intrigante. Seria uma metáfora do que há de mais secreto em nós mesmos?

"No surprises" é minimalista ao máximo. Contradição? Possivelmente, a música mais triste do álbum, o principal instrumento é a voz de Thom Yorke e um clima quase infantil na junção dos demais instrumentos. A história de como uma vida "dentro dos padrões" pode acabar mal. Acomodar-se afinal de contas pra quê?

"Lucky" é a mais lenta do álbum. Entretanto, assim como as outras, tem seus ápices e fica mais fortalecida a cada "ouvida". A saga do homem que renasceu com a missão de salvar o Universo está chegando ao fim.

"The tourist" finaliza o álbum. Aqui, Ok Computer já não conta mais com efeitos eletrônicos e economiza nas experimentações. Os instrumentos e as vozes são claras. A calma pedida por Yorke finalmente envolve o ambiente. As coisas estão de volta aos seus devidos lugares... ou não.

Em Ok Computer, o ouvinte é convidado a fazer uma viagem tendo o Radiohead como condutor através de paisagens por vezes tranqüilas, por vezes esquizofrênicas, sufocantes e dolorosas. As nuances, a tristeza e a euforia, a era do transtorno bipolar afetivo, o claro-escuro, se encontram. A harmonia permeando todas essas relações.

Thom Yorke é o guia, utilizando-se, com expressividade incomparável e teatralidade até, de suas várias facetas. Na trajetória, os pré-conceitos vão se esvaindo e sem que se dê conta, você é tragado para o mundo verdadeiro, onde a essência do ser humano é o que importa.

O Radiohead abusou da liberdade para criar uma obra-prima. Intencionalmente ou não, o álbum foi aclamado pela crítica e eleito o melhor do ano (e até mesmo o melhor do século, pelos leitores da respeitada revista inglesa Q). Com Ok Computer, o Radiohead emancipou-se definitivamente do britpop para se tornar uma das bandas mais reverenciadas do mundo.

Ok Computer é isso. Indispensável. Tal qual a verdade.

Por Luciana Maria Sanches
 
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Imortal
view post Posted on 26/7/2006, 19:19




Sylvia Colombo

13/07/2006

Pelo fim do Radiohead
Tudo bem, não serei tão radical. Acho que basta dizer apenas: "Fique sozinho, Thom!".

Tá achando que eu não vibrei quando "Creep", a balada mezzo grunge do álbum de estréia do Radiohead ("Pablo Honey", 1993), estourou quase como se fosse mais um "hit" do contemporâneo Nirvana?

Parece que eu não achei que "OK, Computer" (1997) era um seríssimo candidato a disco do milênio?

Mentira. Desde que a banda formada em Oxford, em 1988, surgiu no cenário pop, não tinha como a gente não se curvar às melodias eletrônicas tortuosas, cheias de ruídos, e à voz lânguida daquele rapaz de olho semi-fechado (até os seis anos de idade, Thom Yorke não conseguia abrir seu olho esquerdo; e, se hoje ele enxerga algo com ele, foi devido a uma sequência dolorosa de operações na adolescência). Lembro, por exemplo, que "Let Down", a faixa 5 daquele álbum, era a música de acordar e levantar. E mais, de me fazer voltar repetidas vezes para aquele meio da faixa (se você acompanhar pelo iTunes/iPod é lá pelo momento 3:28) em que o clima ia ficando mais intenso e Thom por fim se esgoelava: "You know, you know where you are with/ You know where you are with/ Floor collapsing/ Floating, bouncing back/ And one day.... /I am going to grow wings/ A chemical reaction/ Hysterical and useless/ Hysterical and..."

16.jun.2006-Miguel Vidal/Reuters

Thom Yorke: melhor quando não é acompanhado pelo Radiohead
Bom, mas tudo isso é passado. Depois de "OK Computer, pouca coisa realmente interessante surgiu do laboratório dessa banda indie britânica que poderia ter mudado o curso do rock. Poderia, porque era diferente de todo o bom-mocismo do britpop, porque ia buscar em referências já superadas, tipo o rock progressivo, a exuberância necessária para encarar um mundo pop regido pela tecnologia.

Só que foi aí que os caras pisaram na bola. Excesso de experimentalismo e muita vontade de parecer diferente e esquisito estragaram "Kid A" (2000) e "Amnesiac" (2001), os dois álbuns que vieram seguidinhos e que fizeram com que muita gente fingisse continuar gostando da banda por pura fidelidade a "OK, Computer". "Hail to the Thief" (2003) até que recuperou alguma dignidade _e ex-fãs_ dos sujeitos. Também, era um disco anti-Bush. O mais legal é que resgatava um pouco do rock sincero que havia no excelente segundo disco deles, "The Bends" (1995).

Mas, voltando ao ponto, porque estou aqui defendendo que Thom vire um bardo solitário? Por que acabei de ouvir as nove faixas de "The Eraser", seu projeto-solo, um disco de canções de fundo eletrônico, mas, antes de tudo, como na própria descrição de Thom, um disco de canções, em que o músico parece não se interessar muito pelo que vai por trás e pode experimentar mais livremente com a própria voz.

O curioso é que não é de hoje que ele dá mostras de estar melhor quando não é acompanhado pela trupe do Radiohead. Procure ouvir "El Presidente", em que Thom empresta a voz à banda Drugstore, ou, melhor ainda, à punk-lamuriosa "The Mess We´re In", que divide com PJ Harvey. São só alguns exemplos de que, sozinho ou com companhias selecionadas, Thom vai muito melhor. Num mundo pop em que cantores como Chris Martin ou Damian Rice dominam o cenário com seu excesso de doçura vocal, a meloncolia pós-punk do jeito de Thom cantar faz falta. Muita.

Mas sei que estou arrumando intriga `a toa. Nem Thom quer ficar sozinho, nem a banda quer que ele saia, tanto que estao todos juntos, preparando o próximo disco do Radiohead, previsto para sair no ano que vem. Vamos esperar para ver. E você, o que prefere?
 
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#FF#
view post Posted on 26/7/2006, 19:28




Mandou bem no título. :yup:
Foi ele que me fez ler a coluna toda... :rolleyes:
 
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41 replies since 5/9/2004, 19:42   721 views
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