Charlotte Bobcats

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Capitão Ácido
view post Posted on 28/5/2004, 06:54 by: Capitão Ácido




Fonte: Revista Lance A+

Confira o que o Charlotte Bobcats precisou fazer para se tornar o novo time da liga

Se você tem US$ 300 milhões e não sabe o que fazer com o dinheiro, uma boa opção é virar dono de um time da NBA. Foi isso que fez o milionário Robert L. Johnson, vencedor da disputa para ser o proprietário da mais nova franquia da NBA, o Charlotte Bobcats, que estréia na próxima temporada, em outubro.
No último dia 4 de maio, Robert L. Johnson deu um cheque de pouco mais de US$ 300 milhões para David Stern, o comissário geral da NBA, finalizando o meticuloso processo de criação do 30º time da liga, que fora iniciado há pouco menos de dois anos.
Desde que a franquia dos Hornets decidiu se mudar de Charlotte para a cidade de New Orleans, em 2002, a NBA achou que aquela era a oportunidade perfeita para criar o novo time. A intenção era alocar a nova equipe justamente em Charlotte, que fica no estado da Carolina do Norte, um importante pólo do basquete do país.
Stern iniciou o processo e encomendou ao Comitê de Expansão da NBA um estudo sobre a inclusão de mais um time. Era um desejo antigo do dirigente que a NBA tivesse ao menos 30 times, como as outras ligas profissionais. A NFL (futebol americano) conta com 32 times e a MLB (beisebol) e a NHL (hóquei) têm 30.
- Desde a entrada do Toronto Raptors e do Vancouver Grizzlies em 1995, o David Stern fala em colocar mais um time na NBA. Ele esperou apenas uma valorização geral da liga para incluir a nova franquia - afirma o jornalista Chris Tomasson, que cobre a NBA para o jornal "Rocky Mountain News", de Denver.
Essa valorização realmente ocorreu na última década da NBA. Segundo o balanço anual da revista americana "Forbes", o valor médio dos times da NBA era de US$ 205 milhões em 2000. Neste ano, esse valor subiu para US$ 265 milhões, um aumento de 31%. Baseado também nesses números, o comitê aprovou a entrada do 30º time na liga.
O passo seguinte era a NBA analisar os interessados em adquirir a franquia. Dois grupos se candidataram e tiveram suas propostas estudadas pelo comitê de expansão. O vencedor foi o de Robert L. Johnson, que bateu um pool que tinha o ex-astro da NBA Larry Bird como principal acionista. Johnson fez fortuna ao criar o canal de televisão Black Entertainment Television (BET), vendido por US$ 3 bilhões em 2001.
Segundo a imprensa americana, David Stern foi inteligente e político com a escolha. Primeiro porque Johnson é muito conhecido e popular em Charlotte, o que pode melhorar o relacionamento da cidade com o time. Nos últimos anos, os fãs de Charlotte não se empolgavam muito com o Hornets, apesar de a equipe sempre se classificar para os playoffs. Segundo, porque Johnson é o primeiro negro a ser dono de uma equipe das quatro ligas profissionais americanas, desmistificando essa questão racial. - A NBA está muito feliz por contar com a ajuda de Robert Johnson. Ele tem a habilidade necessária para construir um time de sucesso e ajudar no desenvolvimento da NBA - disse David Stern, na coletiva em que Johnson foi anunciado como o proprietário da nova franquia.
Para vencer a disputa, Johnson cumpriu bem um dos requisitos mais importantes para um novo time entrar na liga: oferecer um excelente ginásio para mandar seus jogos. Uma das maiores fontes de renda dos times da NBA é a receita gerada pela utilização dos ginásios.
Na temporada de estréia, o Bobcats vai usar o Charlotte Colliseum, utilizado pelo Hornets. Mas um moderno ginásio, o Charlotte Arena, está sendo construído. A obra vai custar cerca de US$ 225 milhões, que estão sendo bancados pela prefeitura de Charlotte.
Outra exigência cumprida pelo novo time foi acertar a transmissão dos jogos com redes de televisão locais. O canal aberto WJZY e o fechado C-SET vão passar as partidas. Definidos os trâmites burocráticos e comerciais, como a definição do logo, das cores e do uniforme do time, o Bobcats escolheu Bernie Bickerstaff para ser seu técnico e também o gerente de operações. O treinador tem muita experiência na NBA dirigindo o Denver Nuggets e o Washington Wizards.
Bickerstaff terá uma grande responsabilidade no processo de formação e no futuro próximo do Bobcats: formar, de modo competente, o primeiro elenco da equipe.

Para as novas equipes formarem o seu time, a NBA programa um draft (escolha de jogadores) de expansão, que será no dia 22 de junho. O sistema é interessante: cada um dos 29 times da NBA "protege" oito jogadores, com contrato em vigor, em seu elenco. O restante está disponível para o Bobcats escolher, sendo que nenhum time pode perder mais de um atleta.
O Bobcats vai levar uma vantagem no draft de expansão deste ano em relação aos últimos times que entraram na NBA: não terá competição. O Charlotte Hornets e o Miami Heat dividiram os jogadores na expansão de 1988, assim como o Orlando Magic e o Minnesota Timberwolves em 1989, e o Toronto Raptors e o Vancouver Grizzlies, que hoje está em Memphis, em 1995. Bickerstaff quer aproveitar essa situação.
- Essa é uma chance a mais para criarmos um bom time logo no nosso primeiro ano. Vamos procurar aproveitar, escolhendo jovens valores que não tiveram muitas oportunidades - declara Bernie Bickerstaff.
Além do draft de expansão, o Bobcats também vai escolher dois jogadores no draft regular da NBA, que será no dia 24 de junho. Neste, o time também levará vantagem, já que será o quarto a escolher os jogadores universitários e jovens estrangeiros, com até 22 anos. O Toronto e o Vancouver, por exemplo, foram o sétimo e oitavo, respectivamente, a selecionar em 1995.
No mês passado, Bickerstaff passou duas semana na Europa, observando jogadores europeus com mais de 22 anos, que não podem se inscrever no draft. Eles são possíveis opções para tornar o caminho do time menos tortuoso, pois têm experiência e muito talento, como o sérvio Dejan Bodiroga, do Barcelona.
Apesar da empolgação em torno do novo time, a verdade é que a perspectiva não é das mais animadoras para o Bobcats. Nas últimas cinco temporadas do Hornets na cidade, a média de público da equipe caiu de 23 mil pessoas para 11 mil. Nesse período, o time se classificou para os playoffs quatro vezes.
Na opinião de Flávio Izhaki, colunista do site da RedeTV!, que transmite os jogos da NBA em TV aberta no Brasil, a cidade de Charlotte não comporta um time profissional da NBA, por causa da presença de três times universitários muito fortes e de tradição: Duke, North Carolina (de onde saiu Michael Jordan) e North Carolina State.
- O público que gosta do basquete no estado é extremamente ligado à universidade em que estuda ou estudou. Por isso prefere ir ao basquete universitário do que ao jogo da NBA - afirma Izhaki, que estudou em Duke.
E para quem tem US$ 300 milhões disponíveis e está interessado em comprar um time da NBA, as notícias também são ruins.
- Com a entrada do Bobcats, vai demorar muito para a NBA permitir a entrada de outro time na liga - diz Terry Lyons, vice-presidente de relações externas da N
 
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18 replies since 16/5/2004, 19:57   358 views
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