| Tensão sobre crédito nos EUA derruba Ásia e Europa; Bovespa opera em baixa
A Bovespa abriu o pregão desta quarta-feira sob a tensão do ressurgimento dos temores de um contágio da crise financeira com a derrubada da ação de uma companhia de empréstimos hipotecários em Wall Street, nos Estados Unidos.
Na área cambial, o dólar abriu com valorização, mas em seguida passou a oscilar entre momentos de alta e baixa, em torno da estabilidade. Às 14h, o Ibovespa cedia 0,66%, aos 53.826 pontos -- durante a manhã, a Bolsa chegou a cair mais de 1%. A moeda norte-americana estava a R$ 1,881.
O temor de uma nova crise hipotecária também derrubou nesta jornada as bolsas da Ásia, que fecharam em queda, e da Europa, que operam em baixa nesta quarta. As bolsas de Nova York, no entanto, esboçam sinais de recuperação e operam em alta, próximas da estabilidade: Dow Jones com ganhos de 0,40% e Nasdaq, 0,08%, às 14h.
Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, o EMBI+ Brasil, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, indicava 211 pontos, com elevação de 1,44% ante o último fechamento. Ontem, indicador havia registrado 208 pontos.
As bolsas de valores européias encerraram em baixa, afetadas por preocupações com o mercado de crédito imobiliário de risco nos Estados Unidos. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações das empresas européias, caiu 1,54%, a 1.526 pontos, segundo dados preliminares.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 1,72%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,45%, e, em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,68%.
A crise imobiliária e hipotecária americana, que já vem desestabilizando os mercados desde a semana passada, recebeu um novo golpe, com a declaração de insolvência da American Home Mortgage. O anúncio levou a Bolsa de Nova York a fechar em queda. O resultado de Wall Street, por sua vez, desencadeou hoje uma série de resultados negativos na Ásia.
Bolsas asiáticas
Influenciadas pelos fechamento negativo de Nova York ontem, as principais bolsas da Ásia também fecharam o pregão desta quarta-feira em forte queda.
O índice Nikkei da Bolsa de Valores de Tóquio fechou o pregão desta quarta-feira com uma queda de 377,91 pontos (2,19%), para 16.870,98. O segundo indicador, o Topix, caiu 37,33 (2,18%), até 1.668,85.
A Bolsa de Valores de Seul fechou o pregão de hoje em queda de 3,97%. O índice Kospi caiu 76,82 pontos, para 1.856,45, enquanto o índice de valores tecnológicos Kosdaq caiu 22,06 (2,72%), até 789,46.
Na China, a Bolsa de Xangai também apresentou baixa significativa e fechou em queda de 3,79%.
Bovespa
Também com os olhos voltados para os EUA, a Bolsa teve seu primeiro fechamento negativo mensal desde fevereiro, quando o índice recuou 1,67%.
Naquele mês, o mercado viveu dias difíceis por conta das quedas das bolsas de valores pelo globo, após forte recuo da Bolsa da China. Além da preocupação com a transparência do mercado chinês, houve declarações do ex-presidente do banco central norte-americano Alan Greenspan. Ele afirmou que "não descarta uma possível recessão no final do ano nos EUA, a maior economia mundial".
Neste mês, nova onda de aversão ao risco tomou conta dos mercados depois que o desempenho do setor de crédito imobiliário de alto risco nos EUA voltou a preocupar. Por conta do tamanho do setor imobiliário naquele país, há dificuldades no mercado financeiro de calcular a extensão das perdas. Investidores identificaram menor liquidez de recursos, com negócios e emissões corporativas canceladas.
No ano, o Ibovespa acumula alta de 21,83%.
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