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>Gião<
view post Posted on 20/11/2003, 18:09




A saga de Ultraman Jack, o terceiro Ultra a defender a Terra

Ultraman foi um dos grandes heróis japoneses exibidos no Brasil durante os anos 70 e começo dos 80. Quem acompanhava sabia que eram dois aventureiros distintos a se revezar no horário do programa. Primeiro, eram mostradas as aventuras do Ultraman original, que tinha como alter ego o patrulheiro Hayata. Depois, era a vez do segundo Ultraman, cuja identidade humana era o intrépido Hideki Goh. Com mais ação e forte apelo dramático, a saga do segundo Ultraman, intitulada O regresso de Ultraman, conquistou uma enorme legião de admiradores no Brasil, sendo proporcionalmente mais popular aqui do que no Japão entre os fãs de seriados de tokusatsu (efeitos especiais).

Originalmente projetada pelo diretor Eiji Tsuburaya para mostrar novas aventuras do primeiro Ultraman original, o projeto Kaettekita Ultraman (ou "Regresso de Ultraman") ganhou outros rumos quando o diretor faleceu em 1970. Com o filho mais velho de Eiji, Hajime Tsuburaya, assumindo o controle dos negócios, uma nova personagem foi criada, bem como o conceito de Irmandade Ultra, que, ao se expandir com sucessivas séries, criaria uma das mais lucrativas franquias do Japão. O título O regresso de Ultraman foi mantido para assegurar uma forte campanha de marketing, mas logo de cara o espectador seria apresentado a um novo herói, depois chamado de Ultraman Jack.

Diferente da versão original, que tinha como hospedeiro humano o agente Hayata, e de Ultra Seven, que se disfarçava de humano como Dan Moroboshi, o segundo Ultraman apresentava outro conceito: o da simbiose total entre humano e alienígena.

Presenciando a morte de Hideki Goh ao salvar um garoto e seu cão de um desabamento, o herói gigante dá sua vida para restituir a do rapaz. Com isso, Goh passa literalmente a ser o Ultraman, recebendo todo o poder e consciência do herói. Isso rendeu episódios memoráveis, que mostravam os treinamentos dele para se tornar mais hábil e usar melhor seu poder. Em um episódio, Goh até faz um treino com o lendário Tadashi Sawamura, o esportista verdadeiro que serviu de base para o desenho clássico Sawamu, o Demolidor. Diferente da tradição Ultra em que a transformação é feita com algum objeto especial, Goh se transformava apenas com sua força de vontade.

Goh, ex-piloto de corridas, fora recrutado para ser um oficial do GAM - Grupo Anti-Monstros, que no original era o MAT (Monster Attack Team), uma equipe nos moldes da Patrulha Científica e Esquadrão Ultra, porém mais militarizada e com apelo mais heróico.

Formado pelo Capitão Kato (depois substituído pelo Capitão Ibuki), Kishida, Ueno, Minami e Yukiko (Yuriko Oka, no original), o GAM possuía uma base submarina e enfrentava diversas ameaças na forma de monstros e invasores do espaço. Em meio às batalhas que travava ao lado de seus companheiros, Goh ainda levava uma vida social (outro ponto que o diferenciava de seus antecessores), namorando a meiga Aki e sempre ajudando os irmãos dela, o inventor Sakata e o pequeno Jiro.

BASTIDORES & CURIOSIDADES

O renomado diretor Inoshiro Honda, co-autor de Godzilla original e auxiliar de Akira Kurosawa em vários filmes, dirigiu cinco episódios da saga, incluindo os dois primeiros e o último.

A série estreou em 1971, ano marcado pelo segundo "kaiju boom" (explosão dos monstros), movimento puxado pelas séries Kamen Rider e Spectreman, de produção muito inferior, porém mais populares na época.

O conteúdo dramático e as situações de cotidiano das histórias ficaram a cargo do roteirista Shozo Uehara, autor de vinte dos 51 episódios da série. Outro ponto forte era a eletrizante trilha sonora de Toru Fuyuki, que, com sua música de ação do GAM, entre outras, contribuiu para o clima heróico da saga.

Depois da série, o ator e modelo Jiro Dan ainda interpretaria um Goh impostor em um episódio de Ultraman Ace (1972) e voltaria a se transformar no herói em duas aventuras de Ultraman Tarô (1973) e uma de Ultraman Leo (1974), sendo esta sua última aparição oficial.
O ator ainda faria uma ponta como repórter no filme Ultraman Zearth 2, de 1997. Apesar da pinta de galã e porte atlético, Jiro Dan não fez grande carreira nos seriados de ação e nem como ator dramático. Do que passou no Brasil, foi visto numa constrangedora aparição como vilão no seriado cômico Patrine, de 1990. Como malvado, ainda passaria por um vexame maior em Kekko Kamen 2 (1992), filme horroroso no qual enfrenta uma heroína saída do mangá que luta nua (salvo luvas, botas, máscara e capa). No ano passado, atuou como convidado especial na série sobre ninjas Hurricaneger, que tinha no elenco fixo o antigo colega Ken Nishida, o oficial Kishida do GAM. Ele tinha 22 anos na época da série, seu primeiro papel de destaque na TV.

Rumi Sakakibara, atualmente com 52 anos, atuou recentemente em um aclamado drama com toques de erotismo chamado The lonely affair of the heart (2002), onde mostra que ainda tem seus encantos, interpretando uma mulher quase dez anos mais jovem. Rumi e Jiro Dan também atuaram juntos na série de sobrenatural Echo Echo Azarak, em 1997.

O herói foi dublado pelo veterano Ionei Silva, que também emprestou sua voz para o Mestre dos Magos em Caverna do dragão, Dr. Sam em Patrulha Estelar, Baretta, Tutubarão e Bishop em X-Men (série original), entre outros.

O nome Ultraman Jack foi criado nos anos 80 para diferenciar melhor o herói do seu antecessor. Antes, nos livros japoneses, era referido como sendo o "Shin (novo) Ultraman" ou mesmo como Kaettekita Ultraman (apesar do título, como nome próprio, não fazer muito sentido). Como membro da Irmandade Ultra, o herói apareceu várias vezes em episódios das séries Ultra seguintes e em alguns especiais de cinema.

Recentemente, a série foi remasterizada e lançada em DVD para o público japonês.

MOMENTOS MARCANTES

Episódio 18 - "Ultra 7 em ação": Após quase perder para o monstro Bemstar, Ultraman Jack tenta se energizar ao Sol, fora da atmosfera terrestre. Ao se aproximar perigosamente da gravidade solar, acaba sendo salvo por Ultra Seven, que lhe presenteia com o Ultra Bracelete, artefato que pode se transformar em qualquer arma, especialmente lâminas de energia.

Ep. 37 - "Ultraman morre ao entardecer": Para atingir o coração de Ultraman, o grupo Poderosos do Espaço resolve eliminar a namorada de Goh e acaba matando também o irmão mais velho dela. Com a morte deles, Goh parte para a luta desesperado e tomba no combate contra o monstro Negrume e Knuckle, o líder inimigo. O episódio tem direção tensa e imagens violentas, impensáveis num seriado infantil americano. Chocou a audiência na época e preparou terreno para o mais clássico dos episódios.

Ep. 38 - "Quando brilha a estrela de Ultra": Para salvar Ultraman Jack de ser executado pelos Poderosos do Espaço, uma aliança inédita: Hayata (o primeiro Ultraman) e Dan Moroboshi (o Ultra Seven) unem forças. São e salvo, Goh tem sua vingança e a série entra numa nova fase, com Jiro sendo criado pela amiga Rumiko. A seqüência com os três Ultras é rápida, mas, ao mostrar os atores originais, os heróis em ação e emendar as três músicas-tema em seguida, o estúdio criou uma seqüência cult até hoje.

Ep. 51 - "Os cinco mandamentos de Ultra": Goh é desafiado pelo alienígena Morcego, que traz um monstro Zetton, da mesma raça que derrotou o primeiro Ultraman no passado. A base do GAM é destruída, a equipe faz um funeral para Goh, que simulara sua própria morte e tudo se encerra com uma triste despedida do herói numa praia. Ele se transforma e parte para o Planeta Ultra, na Nebulosa M-78, a fim de ajudar seus irmãos, que se preparavam para uma guerra. O garoto Jiro, irmão da falecida Aki, corre pela praia dizendo os cinco mandamentos de Ultra, um conjunto de regras para uma criança crescer forte e saudável. Poucos finais foram tão emocionantes.

FICHA TÉCNICA

Título original: Kaettekita Ultraman (O Regresso de Ultraman)
Estréia no Japão: 02/ 04/ 1971 (Canal TBS)
Número de episódios: 51
Criação: Hajime Tsuburaya e Susumu Saito (coordenadores)
Roteiro: Shozo Uehara e outros
Trilha sonora: Toru Fuyuki
Direção: Inoshiro Honda e outros Realização: Tsuburaya Productions
Emissoras no Brasil: TV Tupi, SBT

Elenco: Jiro Dan (Hideki Goh), Rumi Sakakibara (Aki Sakata), Mori Kishida (Ken Sakata), Hideki Kawaguchi (Jiro Sakata), Nobuo Tsukamoto (Cap. Juichiro Kato), Jun Negami (Cap. Ryu Ibuki), Mika Katsuragi (Yukiko), Ken Nishida (Fumio Kishida), Yutaro Mitsui (Ippei Ueno), Junsuke Ikeda (Takeshi Minami), Kazuko Iwasaki (Lumiko Murano)

 
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>Gião<
view post Posted on 20/11/2003, 18:10




O mais famoso super-herói do Japão é um gigante de quarenta metros que combate monstros e conquistadores espaciais. Conhecido mundialmente, o cultuado Ultraman foi sucesso no Brasil durante a década de 70, quando era exibido na antiga TV Tupi - canal 4 em São Paulo. No início das transmissões do SBT, ainda foi apresentado com boa repercussão. Lançado em vídeo na segunda metade dos anos 90, foi redublado e reprisado parcialmente na TV Manchete e, mais recentemente, na CNT e Cine House (TecSat).

Relembre agora com o Omelete a trajetória do maior caçador de monstros do universo.

O início da saga

Escoltando o monstro Bemlar para sua prisão espacial, o guerreiro Ultraman acidentalmente colide sua nave-asteróide com o jato do humano Hayata, membro da Patrulha Científica (chamada de S.I.A. na segunda dublagem) e causa sua morte. Para compensar o erro, o herói restitui a vida de Hayata, inserindo nele sua energia vital e entrando em simbiose com terráqueo. Uma vez na Terra, inicia, então, uma nova missão: proteger o planeta de grandes ameaças cósmicas.

Sem que seus companheiros de equipe saibam, Hayata luta contra monstros e invasores do espaço transformando-se em Ultraman graças ao poder contido na Cápsula Beta. Oriundo do planeta Ultra, na Nebulosa M-78, o herói é um gigante com grandes poderes. Sob o fraco sol da Terra, sua energia dura apenas três minutos, entrando em ação somente em último caso.

O valente Hayata acaba se mostrando o hospedeiro perfeito para o aventureiro da Nebulosa M-78, pois sua posição de investigador da Patrulha Científica sempre o deixa a par das grandes ameaças à humanidade. A Patrulha é liderada pelo Capitão Muramatsu e tem como integrantes, além de Hayata, os oficiais Ide (Ito, na dublagem original), Arashi, Akiko Fuji, o cadete Hoshino (que por um erro de tradução fora confundido com irmão de Fuji) e o cientista Dr. Serizawa.

Depois de vencer ameaças como os alienígenas Baltan, além de monstros como Red King, Gomora, Jamilla e outros, Ultraman enfrenta seu derradeiro desafio. É derrubado pelo dinossauro espacial Zetton após uma batalha antológica. Resgatado por Zoffy, seu superior na Irmandade Ultra, ele retorna a M-78 separando-se de Hayata com a promessa de voltar quando possível. Algum tempo depois, porém, outro vigilante espacial da mesma raça que Ultraman vem à Terra para desempenhar o mesmo trabalho, o ainda mais poderoso Ultra Seven (que será assunto para uma próxima ocasião).

Bastidores & curiosidades

A série foi um projeto pessoal do diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburaya, que havia trabalhado no primeiro Godzilla, de 1954. Tendo fundado sua própria empresa, a Tsuburaya Productions, Eiji Tsuburaya (falecido em 1970) é um dos pilares do gênero tokusatsu, os efeitos especiais japoneses.

No embalo da série Ultra Q, uma espécie de Além da Imaginação japonês repleto de monstros, Tsuburaya planejou uma série com um novo e inovador super-herói. Até Ultraman, todos os heróis eram ou de tamanho humano como National Kid, ou robôs, como Goldar, o herói central de Vingadores do Espaço (Magma Taishi - Embaixador Magma), mangá de Osamu Tezuka.

Tendo estreado em julho de 1966, foi o segundo seriado live-action colorido do Japão, logo atrás de Vingadores do Espaço, lançado dias antes. Com produção pobre para os padrões americanos, mas eficiente para os japoneses da época, a série emplacou com seu humor, fantasia e aventura. E com as situações mirabolantes vividas por Hayata, Ultraman e seus amigos.

Ao longo dos episódios, foram usados três trajes diferentes, sendo que o primeiro tinha uma máscara que literalmente se derretia com o calor dos refletores. Fios e cabos visíveis sustentando maquetes de acabamento primário e monstros com zíperes à mostra misturavam-se com efeitos visuais inovadores de raios, criando uma atmosfera cult, repleta de histórias divertidas e marcantes. Evoluindo tecnicamente ao longo dos episódios, Ultraman chegou a picos de 38 pontos de audiência, algo muito maior até do que a soma das audiências de Dragon Ball Z e Pokémon em seus períodos de maior popularidade no Japão.

Com as dificuldades de se produzir uma série semanal de efeitos especiais e precisando reestruturar a empresa, Eiji Tsuburaya decidiu encerrar a saga no capítulo 39. Ultraman deu origem a uma enorme linhagem de personagens, conhecida no Japão como a Família Ultra.

O primeiro Ultraman faria pequenas participações nos seriados Ultra dos anos 70, sendo que o ator Susumu Kurobe (Hayata) ainda apareceria rapidamente em O regresso de Ultraman (de 1971, já exibido no Brasil) e Ultraman Tarô (1973). Depois, o ator voltaria apenas em pontas de vários filmes da Família Ultra, mas não mais como Hayata. Susumu Kurobe, a exemplo da maioria dos atores de seriados japoneses, não fez grande carreira na mídia. Mesmo assim, trabalhou em novelas e filmes diversos e até interpretou vilões em Black Kamen Rider (de 1987) e Winspector (de 1990), séries já vistas na extinta TV Manchete.

Sem necessariamente ser associado à imagem do ator que interpretou sua parte humana, o gigante vermelho e prata continuou a ser visto em diversas produções ao lado dos seus sucessores. Nada digno de nota, com algumas poucas exceções.

Em 1979, um especial de TV reuniu cenas de alguns episódios de Ultraman para formar um longa-metragem. De cenas inéditas, teve uma reunião de todos os Ultras que existiam na época e uma nova seqüência de luta entre o herói e seu rival Baltan. O especial serviu, ao menos, para manter a franquia em evidência.

Já em 1992, Ultraman protagonizou um encontro com o herói concorrente Kamen Rider (da Toei Company), num curta-metragem filmado como parte de um documentário chamado Ultraman vs Kamen Rider.

Em 1996, quando lançou nos cinemas a aventura cômica Ultraman Zearth, a Tsuburaya preparou também um curta-metragem do primeiro Ultraman intitulado "Yomigaere! Ultraman" ("Levante-se, Ultraman!"). Era uma colagem de cenas da série clássica editada com efeitos visuais melhorados e rápidas cenas inéditas. Com um novo roteiro em mãos, os atores originais dublaram novas falas para suas personagens, criando uma nova aventura do primeiro Ultraman, trinta anos depois da exibição original.

Outro momento marcante veio em 1997, em um dos últimos episódios da série Ultraman Tiga. Num episódio antológico (inédito no Brasil), o primeiro Ultraman reaparece para ajudar o mais bem-sucedido Ultra dos anos 90. Ultraman Tiga, aliás, foi também uma série onde se destacou a atriz Takami Yoshimoto, filha do ator Susumu Kurobe, o Hayata.

Ícone absoluto da cultura pop japonesa, Ultraman já foi homenageado até com um selo oficial do correio japonês, ao lado de seu inimigo Baltan. E, neste ano, num curta-metragem lançado no início de agosto junto com o longa Ultraman Cosmos 2, o primeiro Ultraman apareceu ao lado de 27 Ultras, num encontro histórico de gerações.

O herói é um dos maiores nomes do licenciamento mundial, com mais de dez mil produtos lançados, quinze séries produzidas, diversos especiais de cinema e vídeo, além de uma legião incontável de fãs de várias idades.

Ficha técnica

Estréia no Japão: 17/ 07/1966
Número de episódios: 39
Criação: Eiji Tsuburaya (coordenador)
Roteiro: Shinichi Sekizawa, Tetsuo Kinjoh, Masahiro Yamada, Shozo Uehara e outros
Trilha sonora: Kunio Miyauchi
Direção: Hajime Tsuburaya, Toshihiro Iijima e outros
Supervisão editorial: Eiji Tsuburaya
Realização: Tsuburaya Productions
Elenco: Susumu Kurobe (Shin Hayata), Akiji Kobayashi (Cap. Muramatsu), Sandayu Dokumamushi (Arashi), Masanari Nihei (Ide), Hiroko Sakurai (Akiko Fuji), Kagehide Tsuzawa (Hoshino), Akihiko Hirata (Dr. Serizawa) e Toshi Furuya (Ultraman)

 
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Titila
view post Posted on 21/11/2003, 01:54




Apertem o cinto, o piloto sumiu. Esse filme é muito engraçado.
 
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Lashdanan
view post Posted on 21/11/2003, 06:33




QUOTE (Titila @ 20/11/2003, 23:30)
Apertem o cinto, o piloto sumiu. Esse filme é muito engraçado.

O 1 e o 2!
 
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>Gião<
view post Posted on 21/11/2003, 14:43




Jamica abaixo de zero
 
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Lashdanan
view post Posted on 22/11/2003, 06:10




O que eu me lembro o nome do cara que virava Ultramam era Kenji. Não foi só um dinossauro que derrotou o Ultramam, foi ele e mais o líder dos monstros lutando juntos. O Ultaseven só ficou alguns capítulos, até o fabuloso "O retorno de Ultramam".
 
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>Gião<
view post Posted on 23/11/2003, 03:54




Comprei os 2 DVDs do Conan!
 
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Lashdanan
view post Posted on 23/11/2003, 06:11




Traz eles.
 
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>Gião<
view post Posted on 26/11/2003, 01:06




Vou ver!
 
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>Gião<
view post Posted on 26/11/2003, 01:42




Por Favor, senhor MacGee, não me irrite...

Se você assistia à TV Globo nos anos setenta, ou como eu, desperdiçou sua infância assistindo às reprises da extinta "Sessão Aventura", deve saber como essa frase continua, bem como deve se lembrar do "clássico" texto de abertura de uma certa série de TV: "Doutor David Banner... Médico, cientista. Em busca da força que todos possuem, acaba recebendo uma dose maciça de raios gama e agora, quando se enfurece ou se sente ultrajado, se transforma e tem de enfrentar a sua maldição: o Incrível Hulk!" Narrativa essa, feita no original pela gutural voz de Ted Cassidy, o Mordomo "Tropeço" do seriado da Família Addams nos anos 60

Mas espere aí... David? Não era Bruce? Cientista tudo bem, mas médico? Que força é essa? A dos Jedi? E a Bomba Gama? Cadê? Bom, já na abertura da série ficamos a par de algumas sutis alterações do original dos quadrinhos (O que já poderia deixar muito fã de cabelo em pé). No entanto, por incrível que pareça, esse seriado foi uma das mais bem sucedidas adaptações dos quadrinhos para a telinha; senão em fidelidade, pelo menos em termos de público; ainda mais em se tratando de uma HQ da Marvel Comics... famosa naqueles dias por fiascos como Homem-Aranha, Capitão América, entre outros.

O verdão rendeu três longas metragens e 79 episódios no decorrer de cinco temporadas (1977-1982), bem como mais três novos longas posteriores (1988-1990). Uma filmografia mais do que respeitável para um brutamontes que apenas rugia (sim, ele não falava também), demolia móveis de isopor e dava sopapos em criminosos comuns. Na verdade, dificilmente o Hulk televisivo batia em alguém. Ele gostava mesmo era de arremessar pessoas à distância. Sempre, é claro, tomando a devida precaução de esmagar os revólveres de seus adversários. Afinal, (olha outra alteração...) não era invulnerável. Outro detalhe curioso era que, prestando um pouco de atenção, descobria-se que Lou Ferrigno (o Hulk) raramente era maquiado da cabeça aos pés. Por mais absurdo que seja, ele usava sapatilhas verdes. Quem tiver um episódio gravado é só conferir...

Quantos seriados maltrataram tanto seu herói?

Mas, com tantos pontos negativos, como é que a série emplacou? Simples. Se você desconsiderar o purismo, deixar os preciosismos com o original e dar um desconto no quesito "efeitos especiais da época", até que tem um seriado de ficção acima da média dos realizados no período; principalmente em se tratando de heróis de HQ. Os produtores optaram por um formato mais realista à trama, dando mais destaque ao drama do que à ficção. O Hulk entrava e saia da vida das pessoas, algumas vezes ajudando, outras nem tanto e, no final, o Dr. Banner (Bill Bixby) nunca se dava bem. Afinal, após cada aparição do seu alter ego irritado, ele era obrigado a fugir. Assim, invariavelmente todo episódio terminava em tom melancólico graças a um indefectível solo de piano intitulado The Lonely Man Theme (Tan-tantantan...) composta por John Harnell que, por sinal, marcou mais do que o tema de abertura .

Outro ponto pacífico da série era o fato de que Banner devia ser espancado de alguma forma em cada episódio. Murros, pontapés, pedradas...Tudo valia para despertar a fúria gama (manifesta primeiro nas lentes de contato verde claras que prenunciavam a transformação) do pobre doutor. Ao ser eletrocutado, arremessado por uma vidraça ou escada ou ainda afogado por algum valentão, o seriado era a catarse de todo brucutu que detesta um almofadinha metido a esperto. Por outro lado, era igualmente catártico a qualquer sujeito que nunca pôde revidar aquele meliante avantajado que abusou dele. Nisso, o Hulk era especialista. Ele não levava desaforo para casa. Detalhe: Bill Bixby praticamente não usava seu dublê em suas cenas de "ação". Tanto apanhou, que Banner conquistou a afeição do público feminino, que sonhava com o educado e gentil cientista que, numa "fálica" metamorfose, se transformava numa criatura viril, mas de coração puro.

O formato criado para o programa era perfeito para agradar a toda a família, tanto que grande parte dos episódios girava em torno de temas sociais como alcoolismo, abuso, violência, doenças e até mesmo retardo mental. A série era, portanto, bem mais madura do que seus similares da época, mais propensos ao escapismo e a fantasia. Enfim, lidava com problemas com os quais o público adulto melhor se identificava.

Dentro desse universo plausível, a única incongruência (fora calças que não rasgavam e Golias verdes) era mesmo a notável capacidade (provavelmente o único benefício da radiação gama) que Banner tinha de arranjar um emprego novo a cada semana. Isso sem falar em sua coleção de variações de sobrenomes, que inventava a cada cidade que passava: David Bannet, David Belson, David Bannon... Na verdade, o prenome David foi criado como uma analogia à história de Davi e Golias, a fim de carregar de simbolismo o conflito do cientista (ou médico) com seu alter ego.

Mas dizem as más línguas que o estratagema veio mesmo para afastar uma possível conotação homossexual que o nome Bruce trazia à época. E para fugir da aliteração dos nomes típicos das HQs como Peter Parker, Lois Lane, Clark Kent... se bem que, o nome Bruce não foi descartado. No túmulo de Banner, no episódio-piloto, lê-se que seu nome completo era David Bruce Banner.

A cada episódio o franzino e boa-praça doutor metia-se em alguma encrenca e se transformava (duas vezes por capítulo) no Hulk para escapar da situação. Sempre seguido de perto pelo repórter de tablóide Jack Macgee; fórmula esta que foi seguida a exaustão até o cancelamento. Variando pouco mais, pouco menos.

Apesar desse padrão, a série teve realmente bons momentos; a começar pelo piloto. Simples e bem amarrado, recriava a origem do Hulk de maneira interessante, caprichando nas primeiras aparições da criatura. Ao fim do filme o doutor foi dado como morto, o Hulk levou a culpa e partiu em busca de sua cura.

Outro momento singular é o episódio "Motoristas sem sorte", que também poderia ser chamado de "Episódio perdido de Steven Spielberg", pois seu roteiro é uma adaptação (leia-se "reaproveitamento") de Encurralado, o longa de estréia do aclamado diretor. A maior diferença é que o motorista perseguido implacavelmente por um caminhão é um certo cientista que vira Hulk. O mais curioso é que todas a cenas de perseguição são exatamente as mesmas do filme de Spielberg. Motivo de desavença séria entre o renomado diretor e o estúdio Universal, que mutilou sua obra criando uma deliciosa trasheira. Prodígio de montagem e picaretagem, é uma ótima paródia para quem viu o Encurralado verdadeiro. Além disso, é um dos poucos episódios em que o pobre doutor se dá bem e fica com a mocinha no final.

No início da segunda temporada Banner contrai matrimônio (!) no episódio duplo "Casado", pelo qual a atriz Mariette Hartley ganhou o Emmy de melhor atriz, tendo sido o programa o primeiro seriado de ficção científica a ganhar um prêmio numa categoria não técnica. Esse foi o primeiro episódio em que Banner encontra o Hulk cara-a-cara, em sua mente.

Na quarta temporada, com o evidente desgaste do formato familiar dos episódios, a série passou a flertar com temas mais próximos das HQs. Na verdade, é bem provável que muitos dos roteiristas dos gibis do gigante verde tenham se influenciado por essa temporada em específico. É dela os episódios duplos "O primeiro" e "Prometeus". Neste último, após a queda de um meteoro, o Hulk é capturado pelo exército, que acredita ser ele um extraterrestre. Para piorar a situação, nosso herói encontra-se num estágio intermediário da transformação entre Banner e Hulk. Em "O primeiro", o Dr. Banner viaja para um povoado que, nos anos 50, foi aterrorizado por uma criatura semelhante ao Hulk. Lá, ele encontra outro cientista que alega ter a cura para a maldição. Na verdade, o que ele faz é enganar Banner para recuperar seus poderes e o confronto dos dois Hulks é inevitável. Mais quadrinho é difícil.

Curiosidade: o monstro que luta com o Hulk foi vivido pelo canastrão Dick Durock, que anos mais tarde viveria outra criatura verde dos quadrinhos: O Monstro do Pântano.

Infelizmente, segundo os fãs, essa temporada era muito mal dosada, tendo excelentes episódios como "Lado escuro", onde um experimento mal-sucedido traz à tona o lado sombrio de Banner, que quer usar o poder do Hulk para espalhar destruição, mesclados a capítulos deploráveis no esquema antigo da série. Depois disso, os índices de audiência despencaram e a série foi cancelada. Ela ainda teve uma segunda chance e ganhou nova temporada, nos moldes de antigamente. Foi cancelada de novo após apenas sete episódios, deixando vários roteiros a serem filmados. Num deles, o Hulk começaria a aprender. Noutro (uma história dupla intitulada "Los índios") onde o Dr Banner viajaria para a Amazônia em busca de uma cura para sua maldição. Inclusive havia a proposta de um episódio final, onde Banner seria finalmente pego por MacGee e julgado pela destruição causada no piloto.

O ator já era um astro quando se envolveu com a série. Ela, porém, estigmatizou-o de vez na memória do público.

Famoso por seriados como O mágico e seriado Meu marciano favorito, Bixby emprestou dignidade ao papel do atormentado Dr. Banner. Exatamente por fugir aos estereótipos masculinos viris e truclentos, acabou caindo no gosto da audiência feminina. E, por mais que Hulk fosse o nome da série, era Bixby quem carregava o programa nas costas. Por sinal, estreou atrás das câmeras dirigindo um dos episódios da série ("Tragam-me a cabeça do Hulk").

Apesar do enorme sucesso do seriado, aqueles não foram os melhores anos de sua vida pessoal. Durante suas temporadas, casou-se com, Brenda Bennet, uma das atrizes com quem contracenou. Infelizmente, Cristopher, o filho do casal acabou falecendo por problemas de saúde e o casal se separando ainda antes do fim do programa. Brenda suicidou-se algum tempo depois.

Depois de Hulk, dedicou-se a produção e direção de filmes para a TV, destacando-se a série Blossom. Bixby faleceu em 1993, vítima de câncer.

Por pouco, o Hulk não foi vivido por outro "ator".

Originalmente, fora escalado o grandalhão Richard Kiel, famoso por ter sido um dos mais caricatos vilões da série 007: "Jaws", aquele com mandíbulas de aço.

Kiel chegou a rodar várias cenas do piloto (sendo que uma delas, onde aparece de longe, não foi cortada), mas foi substituído por Ferrigno, com um físico mais adequado para o papel. Em compensação, Kiel acabou sendo a voz que narra a abertura da série em sua versão original. Convenhamos, Ferrigno nasceu para o papel do gigante esmeralda. Grande, musculoso ao extremo e com cara de bobo, era a síntese da personagem.

Ele havia debutado no cinema ao lado de Arnold Schwarzenegger no abacaxi anabolizado Pumping iron e, depois do seriado do Hulk, protagonizou uma série de abacaxis musculosos como as versões trash de Hércules e Simbad. Recentemente dublou o Hulk no desenho animado dos anos 90, além de ser escalado pra uma ponta no filme do verdão de 2003.

Ferrigno contracenou com o Hulk no episódio "O rei da praia", onde "interpreta" um fisiculturista em início de carreira.

Por mais que o ápice de cada episódio sempre fossem as aparições do Hulk, Ferrigno pouco fazia além de urrar, correr em câmera lenta e fazer caras e bocas. O monstro, devido à sua ingenuidade, muitas vezes acabava até servindo de alívio cômico aos dramas da série. Mesmo em cinco temporadas, sua personagem pouco evoluiu; até pelo fato de ser mudo e aparecer por apenas dez minutos por episódio. Em compensação, cada sessão de maquiagem durava três horas, começando às cinco da manhã. Pouca gente sabe, mas Ferrigno tem audição parcial. Pois perdeu cerca de 60% desse sentido devido a problemas de saúde na infância. Outra curiosidade, é que ele é sócio de Batman (ou melhor, Adam West) num restaurante.

Quem diria que o repórter chato e de caráter dúbio, que queria a todo custo capturar o Hulk iria dirigir quatro bons episódios da série? Além de Hulk, o ator participou de diversos seriados como Kojak, O homem de seis milhões de dólares e MacGyver e não atua mais desde os anos 90. Sua personagem trabalhava no tablóide sensacionalista National Register, que financiava sua caçada ao Hulk através dos Estados Unidos. O monstro seria o grande furo de sua carreira e a única forma de sair do buraco. Coitado, nunca conseguiu.

Produtor da série, que escreveu e dirigiu boa parte dos seus melhores episódios. Foi dele a idéia de limitar os poderes do Hulk, transformando a premissa de ficção científica das HQs numa variação do clássico seriado O fugitivo. Em vez da aventura, preferiu privilegiar o drama do cientista eternamente em fuga, o que tornou a série viável economicamente. Outras referências sempre presentes no programa foram Frankenstein e O médico e o monstro, obras das quais o conceito original da série se influenciou.

Depois de Hulk, Johnson ainda faria o insosso seriado da Mulher-Biônica, a telessérie Missão Alien, A minissérie V- A batalha final e o deprimente filme Steel, baseado nos quadrinhos da DC Comics.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 3/12/2003, 07:18




P/ Gião:

Maneira aí no tamanho dos mails, cara, senão não tem quem agüente ler.
 
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Journeyman
view post Posted on 16/11/2004, 01:55




Férias do barulho!!!! Clássico do cinema em casa do SBT!
 
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cesarultrajack
view post Posted on 23/2/2009, 03:31




quem tem a musica de ataque do GAM?
 
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28 replies since 17/11/2003, 22:38   2008 views
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