| Com dificuldades, EUA vencem Alemanha e estão na semifinal
Murilo Garavello Enviado especial do UOL Em Saitama (Japão)
Os EUA enfrentaram dificuldades por cerca de 24 minutos, mas acabaram derrotando a Alemanha por 85 a 65 e, com o resultado, enfrentarão a Grécia nesta sexta-feira por uma vaga na final do Mundial de basquete.
Cometendo menos erros do que os últimos rivais americanos e com uma defesa que dificultou as ações do oponente, a Alemanha perdeu a primeira etapa por apenas um ponto. Mas, no segundo tempo, não resistiu à pressão defensiva e à seqüência de dez pontos em menos de cinco minutos marcados pelo cestinha do jogo com 19 pontos, Carmelo Anthony.
A partir daí, os americanos abriram 15 pontos e, apesar de não conseguirem se distanciar no placar, não perderam mais o controle da partida.
"Os alemães se compactaram muito bem na defesa", disse o americano LeBron James, que contribuiu com 13 pontos, cinco rebotes e quatro assistências, mas cometeu sete erros. "Fechados, eles nos deram muitas chances de arremesso e nós erramos demais, principalmente no primeiro tempo. Não foram chutes forçados. Isso tornou o jogo difícil".
No primeiro tempo, os americanos acertaram só 32% de seus arremessos. Melhoraram na segunda etapa e, no geral, acabaram com 38% de acerto. "Estou feliz porque apesar de uma noite em que chutamos muito mal -perdemos algumas bandejas inacreditáveis-, conseguimos vencer. E mostramos um trabalho de defesa que me faz ter orgulho", disse o técnico americano, Mike Krzyzewski ou, como é chamado, "K".
O astro alemão, Dirk Nowitzki, do Dallas Mavericks, acabou o jogo com 15 pontos após acertar só três de seus 12 arremessos. "Shane (Battier), LeBron, Carmelo e Chris Bosh fizeram um trabalho tremendo em Nowitzki. Só o fato de ele ter dado só 12 arremessos diz tudo", afirmou "K". "Mas ele não foi mal: nos deu tanta preocupação que proporcionou oportunidades para seus companheiros".
Agora, as duas semifinais do Mundial estão definidas. E as quatro equipes estão invictas, com sete vitórias em sete jogos. A Argentina, atual campeã olímpica, duelará com a Espanha. E os EUA terão os gregos, campeões europeus no ano passado e donos de uma excelente defesa, pela frente. Hoje, a Grécia derrotou a França para garantir sua classificação.
Eliminado, o técnico alemão, Dick Bauermann, disse estar "com uma lágrima em um olho e um sorriso no outro". "Jogamos muito bem na primeira etapa, marcamos com força e atacamos com consciência. Mas, no segundo tempo, eles aumentaram muito a pressão defensiva e cometemos erros bobos que nos tiraram a chance de vencer".
O jogo No primeiro quarto, a Alemanha conseguiu equilibrar o jogo com uma defesa que fechou o garrafão e, no ataque, uma boa distribuição de bolas. Nowitzki fez apenas quatro pontos no primeiro quarto, menos do que Okulaja, Schultze e Greene, todos com cinco pontos.
Durante os primeiro nove minutos do jogo, os EUA lideraram só uma vez, e os alemães chegaram a abrir cinco pontos de vantagem duas vezes (11 a 6 e 21 a 16).
Os americanos melhoraram no jogo com a entrada da chamada "segunda unidade", composta por Dwyane Wade, Kirk Hinrich, Joe Johnson e os pivôs Chris Bosh e Dwight Howard. E, aproveitando-se de quatro erros de ataque seguidos dos alemães, fecharam o primeiro quarto em pequena vantagem: 23 a 21.
No segundo quarto, a Alemanha manteve o jogo equilibrado. Os EUA chegaram a abrir 33 a 29, mas a Alemanha fez quatro pontos seguidos para igualar o marcador. Então, Dirk Nowitzki cometeu sua terceira falta e teve de ser poupado.
Com dificuldades na transição provocadas pela forte defesa americana, os alemães perderam três ataques seguidos e voltaram a estar quatro pontos atrás. Mesmo sem Nowitzki, o time se recuperou e chegou a passar à frente, aproveitando-se de seguidos erros em tentativas de bandeja dos americanos (duas de Wade, uma de James).
Entretanto, com um arremesso de três pontos de Carmelo Anthony, os EUA foram para o intervalo vencendo a partida: 40 a 39.
Em todo o primeiro tempo, a Alemanha conseguiu compensar seus 11 erros (cinco a mais do que o rival) com um aproveitamento melhor dos arremessos: 41% a 32%. E marcou mais pontos dentro do garrafão: 16 a 12.
No início do terceiro quarto, Carmelo Anthony começou a desequilibrar o jogo para os EUA. Com uma enterrada, uma cesta de três pontos e uma roubada seguida de nova enterrada, ajudou a equipe a abrir seis pontos (49 a 43). Após novo erro do ataque alemão, o time americano abriu oito pontos pela primeira vez no jogo.
E, mesmo após o pedido de tempo do técnico Dick Bauermann, a Alemanha não conseguiu se encontrar no jogo. Prevalecendo nos rebotes, e com mais um arremesso de três pontos de Carmelo Anthony, os EUA abriram 15 pontos (60 a 45).
"Começamos o sgundo tempo muito mal. Eles roubaram bolas, aproveitaram as chances e, quando acordamos, estávamos 15 pontos atrás e não conseguimos mais voltar para o jogo", disse Okulaja.
Após esse período de descontrole, os alemães mantiveram-se a uma distância honrosa ao fim do terceiro quarto graças a oito pontos de Dirk Nowitzki nos três minutos finais.
No último período, a Alemanha só permitiu que os EUA abrissem mais de 20 pontos no último minuto de jogo. E, após a atuação honrosa, enfrenta a França nesta quinta na disputa do quinto ao oitavo lugar.
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