| ABN Amro 1 define título da Volvo Ocean Race com antecipação
Das agências internacionais Em Portsmouth (Inglaterra)
Com duas pernas de antecedência, o ABN Amro 1 assegurou a conquista da Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo. A embarcação holandesa definiu o título com a vitória na sétima etapa, que teve como ponto de chegada a cidade de Portsmouth, na Inglaterra.
Reuters Reuters Mike Sanderson, capitão do ABN Amro 1, acena após a chegada em Portsmouth Os vencedores chegaram ao final da sétima perna em Portsmouth, sete dias depois de deixar Nova York (ponto de largada), com enorme vantagem sobre os demais competidores.
Com seis vitórias nas sete pernas já realizadas, o ABN Amro 1 já não pode mais ser alcançado pelos demais competidores da Volvo Ocean Race.
Apesar da conquista, a tripulação do barco evitou as comemorações, num comportamento de respeito e homenagem ao navegador holandês Hans Horrevoets, do time ABN Amro 2, morto durante a última etapa.
"Essa perna foi muito dura desde o começo", comentou Mike Sanderson, capitão do ABN Amro 1. "Mas é verdadeiramente maravilhoso. É como uma medalha olímpica, como escalar o Everest, um sonho de criança", emendou o líder da embarcação holandesa.
A segunda colocação da perna ficou com os suecos do Ericsson Racing Team, com 25 milhas náuticas de desvantagem para o ABN Amro 1. O Brasil 1, do capitão Torben Grael, completou a perna na quarta posição, 44 milhas náuticas atrás dos campeões.
Mesmo com o título do ABN Amro 1 já definido, a Volvo Ocean Race prossegue até meados de junho. A chegada da última etapa está prevista para a cidade de Gotemburgo, na Suécia.
Após o final da etapa, o Brasil 1 soma 48 pontos e está empatado com o espanhol Movistar em terceiro lugar.
Indefinição O holandês Hans Horrevoets, do ABN 2, morreu na última quinta-feira, ao ser lançado ao mar por uma onda gigante. Os companheiros de equipe do velejador chegaram a resgatá-lo, mas não conseguiram reanimar Horrevoets.
Foi a primeira morte na Volvo Ocean Race desde 1989, e a quinta em 32 anos de prova. Os integrantes da equipe do ABN 2 ainda não sabem se continuarão na disputa após concluírem a sétima perna. Somente depois de chegarem a Portsmouth, os velejadores do barco holandês definirão de irão prosseguir ou não.
Brasileiros O Brasil 1 não teve vida fácil nos últimos dias da etapa, considerada a mais desgastante psicologicamente para os velejadores. A tripulação participou do resgate de Horrevoets, mas sem sucesso. "O medo sempre existe, mas só vem à tona quando tu recebes a noticia ruim, de que alguém caiu na água e morreu. Tu começas a imaginar as inúmeras vezes em que você estava sem cinto de segurança, quantas manobras fez sem estar engatado, quantas vezes correu o risco de cair na água. Cara, foram inúmeras vezes", desabafou o catarinense André Fonseca, timoneiro do Brasil 1.
Um dia depois, a equipe passou por um momento perigoso. Velejando com ventos de mais de 30 nós, um tubo que sustenta uma das velas se partiu. Dois dos integrantes do grupo, os neozelandeses Andy Meiklejohn e Stuart Wilson, que tentavam resolver o problema, foram engolidos por uma forte onda, mas passam bem.
Outra notícia ruim acometeu o espanhol Movistar. Com problemas na quilha, a tripulação precisou abandonar o barco e foi resgatada pelo ABN Amro 2.
"Essa foi a perna mais difícil, principalmente psicologicamente. Não dá para passar despercebido pelo acidente com os holandeses, depois com os nossos próprios problemas e agora, no finalzinho, com essa notícia dos espanhóis. Tudo isso e mais as condições extremamente difíceis que encontramos por toda a etapa. É muito bom estar em terra novamente", analisou Grael.
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