| Brasil 1 se apronta para viagem para "casa" na Volvo
Da Redação Em São Paulo
O Brasil 1 se prepara para voltar para casa. Às 22h30 deste sábado (horário de Brasília), a embarcação comandada por Torben Grael larga para quarta etapa da Volvo Ocean Race, a regata de volta ao mundo, entre as cidades de Wellington, na Nova Zelândia, e Rio de Janeiro.
A flotilha terá pela frente 6.700 milhas náuticas, ou quase 12.500 quilômetros, enfrentando velocidades altíssimas, ondas gigantes, frio e icebergs até a chegada na marina da Glória, provavelmente no dia 11.
"Essa é, sem dúvida, a etapa mais difícil e importante para nós. Vamos chegar em casa e, cruzar a Baía de Guanabara em uma boa colocação, será a coroação do nosso trabalho", diz Grael.
Os outros velejadores também especulam o que pode acontecer se chegarem bem colocados ao Brasil. "Imagine só se chegarmos em primeiro lugar, o Rio de Janeiro terá uma rua Stu Wilson, uma avenida Kiko Pellicano e uma praia Knut Frostad", brinca o norueguês Frostad, citando nomes de membros da tripulação. "Acho que vou continuar morando no Brasil. O povo é sensacional e o clima, fantástico", completa o neozelandês Stu Wilson, que nasceu em Wellington, mas viveu toda a sua vida em Pai Hia, uma cidade litorânea da Nova Zelândia.
A etapa será bastante difícil. Ao contrário da segunda perna, em que os velejadores não puderam mergulhar nas altas latitudes por causa da criação de dois Ice Gates (portões de gelo), desta vez a organização não limitará tanto o curso. Apenas um portão de gelo será estabelecido, na latitude 55 Sul e meridiano 120 oeste, que deve ser cruzado a bombordo (esquerda). "A etapa não deve mudar muito com esse portão, mas não iremos chegar tão rápido como o previsto", avisa Torben Grael.
Os tripulantes largam mais confiantes no barco. Depois de semanas difíceis, em que tiveram de trabalhar muito para colocar a embarcação em condições de velejar na regata local do dia 4, em Melbourne, e para a terceira perna, entre a Austrália e a Nova Zelândia, os brasileiros finalmente estão velejando o Brasil 1 normalmente.
"Agora, temos a certeza de que o barco anda e muito. Só dependemos de nós para conseguir um bom resultado. Tudo bem que os ABNs, teoricamente, levam vantagem nas condições que devemos encontrar para a próxima etapa, mas só precisamos acertar as trocas de vela, para acompanhá-los", acredita André Fonseca.
A largada da quarta etapa terá apenas cinco barcos. Com os danos estruturais no casco, os espanhóis do Movistar, vencedores da terceira perna, esperam deixar Queens Wharf duas horas depois dos demais barcos (esta é a punição por receber ajuda externa no pit stop). A equipe de terra já está na Nova Zelândia, trabalhando para reparar os danos no casco (em torno da quilha basculante e nas bolinas).
O Ericsson ainda não completou a terceira etapa. O barco ancorou a uma milha da linha de chegada e passa por reparos. Como ainda não completou a etapa, o representante sueco, ao contrário do espanhol, não precisará pagar a pena de duas horas.
Além de Brasil 1 e Ericsson, vão largar ABN Amro One, ABN Amro Two e Piratas do Caribe. O australiano Brunel só deve retornar à competição em abril em Baltimore, nos Estados Unidos. O barco brasileiro ocupa a quinta posição na classificação geral, com 20 pontos. O líder é o ABN Amro One, com 38,5 pontos.
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