A função do Estado, tópico filho do "Cúmulo do Absurdo" Pag 34

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Sr Spock
view post Posted on 25/9/2005, 19:43




O Capitalismo de Estado e o Liberalismo são duas figuras diametralmente opostas. (muito) Mais opostas entre si do que Fascismo e Comunismo dizem ser.

Se um "regime capitalista" depende do Estado Forte, ele não pode nem ser liberal, e há discussões sobre se ele é ou não capitalista (isso depende da concepção de capitalismo). O Governo Bush, por exemplo, é um Estado Corporativo, capitalista(??), porém muito longe de ser liberal.

Sim, o Estado não consegue sobreviver a adoção de várias medidas simples que combinadas o destituam de seu poder, porém as pessoas (em várias ocasiões) já se mostraram capazes disso.

Quanto a questão de conhecer algum ideólogo, hoje minha principal fonte de reflexão é o Instituto Ludwig von Mises e os próprios Mises, Hayek e Rothbard (liberais austríacos e anarco-liberal). Posso não concordar com tudo que leio por lá, mas mesmo o que discordo costuma me levar a pensar em argumentos instigantes.

Eu acredito que possamos melhorar o Estado; porém, seria como construir um castelo de areia na maré baixa ao lado da linha onde as ondas acabam. O final é sempre o mesmo. Construímos algo que parece existir (governo)(castelo) mas que no final nunca passou de uma alegoria.


Para lembrar um julgamento recente, se uma gangue de 150 pessoas ataca um grupo e mata várias pessoas, é de bom tom pensar que seriam condenados todos os envolvidos direatemente ou no apoio do ato pelos assassinatos, tentativas de assassinato, formação de quadrilha, lesões corporais...

Voltando ao nosso mundo, uma "gangue" estatizada de 150 pessoas realizou o mesmo massacre, porém só 2 foram punidas, e uma delas está em liberdade recorrendo da condenação. Ninguém nega que morreram as pessoas, nem que, apesar do eterno clamor de "culpadas são as vítimas" que ocorrem nesses casos, alguns têm sinais claros de que foram executados. Os crimes são admitidos, mas a culpa não. "O governador mandou intervir", mas ele não pode ser considerado responsável pelo que a tropa fez. A tropa matou as pessoas, mas não pode ser condenada pq cumpria ordens. Será que só mesmo o Pantoja e o outro cujo nome esqueci são culpados?

Lembre que mesmo nos julgamentos de guerra, estar cumprindo ordens inocenta quase qualquer indivíduos, menos meia dúzia de comandantes escolhidos como bodes expiatórios.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 27/9/2005, 22:16




Pensei em escrever algo, mas perdi a concentração.

Depois...
 
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Sr Spock
view post Posted on 29/9/2005, 03:30




Adendo: Descobri que "sou apoiado" nessa questão da não-existência do Estado por William de Ockam. (O fato dele ter expressado essa idéia cerca de 7-8 séculos antes de mim é só um detalhe...)

Para quem não lembra, é o franciscano que cunhou a lei da "Navalha de Ockam", e que, para os ocidentais pelo menos (e até onde eu sei) foi o primeiro a expressar a idéia de que só existem indivíduos. (isso alguns séculos antes da alvorada do capitalismo... ou seja, a questão "indivíduo x leviatã" é anterior ao Capitalismo X Socialismo)
 
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Sr Spock
view post Posted on 29/9/2005, 03:41




Extra: só para não perder uma frase tão boa!

Ludwig von Mises: "Within the frame of social cooperation there can emerge between members of society feelings of sympathy and friendship and a sense of belonging together. These feelings are the source of mans most delightful and most sublime experiences. They are the most precious adornment of life; they lift the animal species man to the heights of a really human existence. However, they are not, as some have asserted, the agents that have brought about social relations. They are fruits of social cooperation." - Human Action
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 29/9/2005, 20:00




Não sei se entendi. Significa que sentimentos de solidariedade foram moldados pela ação da mesma, e não o contrário, é isso?
 
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Sr Spock
view post Posted on 29/9/2005, 22:36




Não, isso não foi algo "meio tautológico". (e só não traduzi direto pq achei que perderia parte da força e seria inexato as palavras)

A idéia é de que com a cooperação social podem surgir os sentimentos apontados, e que eles elevam o homem das outras espécies; isso em oposição ao conceito de que seria possível "construir" a interação social a partir desses sentimentos.

A frase, inserida no contexto do livro (Human Action), fica mais clara no tom crítico ao planejamento central socialista e suas hipóteses.
 
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Sr Spock
view post Posted on 29/9/2005, 22:46




Aos que se interessarem: http://www.mises.org/story/1926

Um artigo (em inglês, infelizmente) que nos leva a conhecer 2 fatos sobre a Índia. Um é o relato da "eficiência" de um órgão público, e outro é um costume rural e a indagação do que aconteceria se o Estado resolvesse tomar conta dessa atividade também. E para quem não tiver saco de ler, pelo menos tem uma foto de um rato que mulheres acham "fofinho"
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 2/10/2005, 17:03




Bom, acho que continuo não entendendo.

De qq forma, quanto te incomoda a sociedade ser do jeito que é? Como acha que ela poderia chegar a ser do jeito q gostaria q fosse?
 
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Sr Spock
view post Posted on 2/10/2005, 21:40




Incomoda muito (caso contrário não me daria ao trabalho de expressar para as pessoas como acredito ser possível que ela fosse diferente).

E o caminho mais positivo de mudança seria o aumento da presença do Indivíduo na sociedade (sua responsabilidade, sua liberdade, seu reconhecimento como existente), associada a remoção/diminuição do "Estado". Enquanto as pessoas não se acharem capazes de existirem sem a "proteção" do Estado e lutando por seus próprios direitos, isso não tem como acontecer.
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 3/10/2005, 22:51




No caso da nossa sociedade, começaria com a implementação de leis que gradualmente dariam de volta ao indivíduo seus direitos, certo?
 
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Sr Spock
view post Posted on 4/10/2005, 00:03




Perfeitamente.

Diminuição gradativa dos serviços (nem sempre prestados) pelo Estado com diminuição equivalente dos impostos; remoção de entraves burocráticos para investimentos e criação de empresas; diminuição das regulações.

Só que isso não acontece por vontade própria dos legisladores-deputados.
 
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Capitão Ácido
view post Posted on 5/10/2005, 21:11




Acabo de ler o tópico todo praticamente (offline e voltei a ficar online pra responder) e fica aqui uma concordância dentre as coisas q foram ditas: a de que os indivíduos (nós!) devemos ser atores sociais mais ativos.

Mais uma coisa: essa questão do indivíduo é obviamente anterior ao capitalismo, mas ganha nesse sistema uma força não encontrada em nenhuma outra forma de sistema político-governamental anterior (pois absolutista) para se desenvolver. A questão não surge com o capitalismo, mas sim é um dos componentes que o conformou.

A idéia de que só existem indivíduos é meio blagh pra mim, tendo em vista que só há produção de individualidade dentro de um sistema coletivo. Não sei se é essa a idéia defendida, mas se for o caso...

Em tempo: as perguntas q já fiz lá no tópico eleições presidenciais podem ter suas respostas centralizadas neste tópico aqui.
 
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#FF#
view post Posted on 5/10/2005, 21:21




QUOTE (Tico @ 25/9/2005, 11:14)
Eu sou o Monstro!!!!!!!!!!!!!!

Centro espírita!
 
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>Il Monstro<
view post Posted on 5/10/2005, 21:50




Alguém já leu algum ideólogo do absolutismo? Pensadores que acreditam num Estado forte? Até discutimos alguns por aqui, mas onde será que a idéia começou?

O Imortal bem que poderia começar a postar por aqui, bem como os demais do fórum... sleep.gif
 
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Sr Spock
view post Posted on 6/10/2005, 03:11




QUOTE (Capitão Ácido @ 5/10/2005, 22:11)
A idéia de que só existem indivíduos é meio blagh pra mim, tendo em vista que só há produção de individualidade dentro de um sistema coletivo. Não sei se é essa a idéia defendida, mas se for o caso...

Mas o Estado não é o coletivo dos indivíduos. Podemos nos individualizar a partir do "conjunto humanos", mas não do Estado. Ele é a tentativa de "desindividualizar" por excelência.

E se formos para o campo da discussão filosófica-lógica, o coletivo só pode existir a partir da unidade.

(por favor, chamem Gregório de Matos!!! O todo sem a parte...)
 
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193 replies since 24/8/2005, 23:36   13568 views
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