| Seleção masculina disputa Mundial com técnico e caras novas Ricardo Zanei Em São Paulo
A reformulação no handebol brasileiro, que começou depois da disputa dos Jogos Olímpicos de Atenas, terá seu primeiro desafio a do próximo domingo, quando a seleção brasileira estréia no Mundial de handebol, que será disputado na Tunísia, contra a Noruega.
Bruno Souza, terceiro melhor do mundo em 2004, é um dos destaques da seleção brasileira que joga o Mundial da Tunísia A primeira novidade está no banco de reservas, com a equipe sendo comandada por Washington Nunes, técnico campeão da Liga Nacional em 2003 à frente do Imes/São Caetano. Ele assume o lugar de Alberto Rigolo, que estava no cargo desde janeiro de 2001 e, no ano passado, se sagrou heptacampeão da Liga Nacional masculina pela Metodista/São Bernardo.
Rigolo, assim como demais integrantes de comissões técnicas de todos as seleções masculina e feminina, em todos os naipes, cadete, juvenil, júnior e adulta, foi desligado de seu posto pela CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) após os Jogos Olímpicos de Atenas. O Brasil tinha como objetivo terminar na oitava colocação na Grécia, mas foi o décimo.
No entanto, Nunes, que assinou contrato por quatro anos com a seleção, ficará pouco tempo no cargo de treinador. A idéia da entidade é contratar um profissional estrangeiro para o cargo, deixando o atual técnico como auxiliar logo após o Mundial. O objetivo de preparar o time para os Jogos Olímpicos de Pequim.
Nunes não se mostrou incomodado com o fato e nem se vê como um "técnico tampão". "Assumo a seleção para o Mundial e, depois, vou trabalhar com o treinador estrangeiro. Não fico incomodado com isso, não tenho vaidade, tenho comprometimento com a modalidade", disse.
Se a seleção masculina tem novidade no banco de reservas, tem também dentro de quadra. Jogadores badalados e conhecidos, casos dos armadores Agberto, Jaqson, Macarrão, Guga, Mineiro e SB, dos pontas Helinho e Jair, e do pivô Baldacin, deram lugar a novos valores, como Boi, Japa, Zeba, Alê, Pré, Vini, Alemão e Lito.
A renovação fez com, do grupo que disputou as Olimpíadas, apenas o goleiro Marcão, os armadores Bruno Santana e Bruno Souza (eleito o terceiro melhor jogador do mundo em 2004 pela IHF - Federação Internacional de Handebol), e o ponta Tupan permaneceram para o Mundial.
Outros dois jogadores que estavam em Atenas, o goleiro Alê Vasconcelos e o armador Adalberto, foram cortados por motivo de contusão. Alê, com um problema abdominal, não chegou a viajar com o elenco. Já Adalba sofreu uma lesão no pé direito nesta semana e foi cortado.
Para preparar o grupo, a seleção viajou para uma fase de treinamentos e amistosos na Europa no dia 5 de janeiro. Em oito partidas, foram seis derrotas, sendo que a mais sentida pela seleção foi diante da Dinamarca, por 41 a 15. Os sucessos vieram na prorrogação, contra o clube Ivry, que disputa a Liga Francesa, por 27 a 25, após empate por 24 gols no tempo normal, e contra o Lugi, time tradicional da Suécia, por 31 a 26.
CONVOCADOS DO BRASIL Goleiros Marcão, Jaime Armadores Bruno Souza, Boi, Japa, Léo, Bruno Santana, Diogo, Zeba Pivôs Alê, Pré Pontas Vini, Alemão, Tupan, Lito
Para o Mundial, além da evidente falta de entrosamento, o sorteio foi ingrato com o Brasil. O time caiu no chamado "grupo da morte" da competição, o D, ao lado de Alemanha, Sérvia e Montenegro, Noruega, Egito e Qatar.
A seleção alemã é a principal ameaça. A equipe, uma das principais forças do handebol, vem de dois vice-campeonatos, no Mundial e nas Olimpíadas, depois de perder ambas finais para a Croácia.
O grupo A do Mundial é formado por Dinamarca, França, Tunísia, Grécia, Angola e Canadá. O B conta com Eslovênia, Rússia, República Tcheca, Kuait, Islândia e Argélia, enquanto o C tem Croácia, Suécia, Espanha, Argentina, Japão e Austrália.
A estréia brasileira acontece no domingo, dia 23 de janeiro, contra a Noruega. Em seguida, o time pega a Alemanha, dia 24, depois Egito, dia 26, Sérvia, dia 27, e Qatar, dia 29, no encerramento da primeira fase. Os três primeiros de cada chave avançam à segunda fase, quando as seleções serão reagrupadas em dois grupos de seis. Os melhores de cada nova chave disputam a final, enquanto os segundos colocados lutam pelo terceiro lugar.
A última edição do Mundial aconteceu em 2003, em Portugal, quando o Brasil caiu ainda na primeira fase (um empate, contra a Argélia, e quatro derrotas) e terminou na 22ª colocação entre os 24 participantes.
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