Colunistas, Textos com opiniões que mereçam uma lida

« Older   Newer »
  Share  
>Il Monstro<
view post Posted on 25/11/2007, 21:14




Por aí...
 
Top
DanniiGirl
view post Posted on 3/12/2007, 23:56




Spock e sua visão distorcida das linguas do mundo!! -_- -_- -_- -_- -_-
 
Top
Sr Spock
view post Posted on 5/12/2007, 00:44




Ser língua franca é o primeiro passo p/virar grande língua morta... só escapou dessa o francês, pq um monte de afrescalhado gosta de falar fazendo biquinho! Como nem essa chance o inglês têm, provavelmente sua última aparição como língua falada na Terra será no clássico "A Paixão de Jim Jones", gravada por um astro do cinema pornô gospel, na língua mãe do personagem título.
 
Top
DanniiGirl
view post Posted on 6/12/2007, 12:29




Especifique qual o seu entendimento de lingua Franca?? <_< <_<
 
Top
Imortal
view post Posted on 21/12/2007, 20:23




POLÊMICA

Por uma justiça maior

O amor ao próximo e ao sofredor é a regra de ouro, a suprema norma da conduta verdadeiramente humana — porque abre desinteressadamente o ser humano ao outro, a ponto de dar a própria vida para que ele também tenha vida.

Leonardo Boff

Muitos de nós estamos acabrunhados com o resultado do Supremo Tribunal Federal, concedendo campo livre para o governo implementar a transposição do rio São Francisco.

O debate naquela corte suprema foi mal colocado. A questão central não era de ecologia ambiental mas de ecologia social. Não se tratava apenas de decidir se o megaprojeto do governo implicava impactos ambientais danosos, coisa que o Ibama, numa decisão discutível, garantiu não haver. O que se tratava, acima de tudo, era de ecologia social: a quem beneficia socialmente o faraonismo daquela projeto governamental? Aos sedentos do semi-árido ou ao agronegócio e às indústrias? Os dados falam por si: cerca de 75% da água se destina ao agronegócio, 20% às indústrias e somente 5% à população sedenta.

Aqui se dá o confronto de duas posições: a do governo e a do bispo Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA).

O governo busca um crescimento que, segundo os dados acima referidos, atende primeiramente aos interesses dos poderosos e secundariamente às necessidades do povo sofredor, o que configura falta de eqüidade. Esta posição é chamada de modernização conservadora, teórica e práticamente superada.

Em função de um projeto que prioriza o povo há de se ordenar a transposição do Rio São Francisco

O bispo Dom Capppio encarna uma postura ética dando centralidade ao social e à vida, especialmente dos milhões de condenados e ofendidos do semi-árido, com os quais ele trabalha há mais de 20 anos. Em função deste projeto social, que prioriza o povo e a vida e que não nega outros usos da água, há de se ordenar a transposição do Rio São Francisco.

A justiça legal consagrou o projeto de crescimento do governo. Mas a justiça não é tudo numa sociedade, especialmente como a nossa, marcada por profundas desigualdades e conflitos de interesses que debilitam fortemente a nossa democracia.

O que sustenta a posição do bispo é outro tipo de justiça, aquela originária que antecede à justiça legal, justiça que garante o direito da vida, especialmente daqueles condenados a terem menos vida e por isso a morrerem antes do tempo. A larga tradição da ética cristã, racionalmente fundada em Aritóteles e em Santo Tomás de Aquino afirma aquela justiça originária e alimenta ainda hoje modernos projetos de ética mundial. Ela sustenta que acima da justiça está o amor à humanidade e a todos os seres. Lamentavelmente, não foi isso que se ouviu no arrazoado dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

A justiça maior de que fala Jesus tributa amor e respeito Àquele Grande Outro, Deus
O amor ao próximo e ao sofredor é a regra de ouro, a suprema norma da conduta verdadeiramente humana — porque abre desinteressadamente o ser humano ao outro, a ponto de dar a própria vida para que ele também tenha vida, como o está fazendo o bispo Dom Cappio, figura de eminente santidade pessoal e de incondicional amor aos deserdados do vale do São Francisco. Esta é a justiça maior de que fala Jesus, porque tributa amor e respeito Àquele que se esconde atrás do outro que é o Grande Outro, Deus. O povo brasileiro em sua profunda religiosidade é sensível a esse argumento.

Para entender a posição e a atitude profética do bispo, precisamos compreender este tipo de fundamentação. É perversa a tentativa de desqualificar sua figura considerando-o autoritário e falto de base popular. Ele está ancorado nos milhões que geralmente não são ouvidos porque são tidos por incuravelmente ignorantes, zeros econômicos e óleo queimado. Mas eles são portadores de um saber de experiências feito, construido na convivência com o semi-árido e no amor ao rio que chamam com carinho de Velho Chico.

O compromisso de Dom Cappio continua, secundado por todos aqueles que até agora o acompanharam, especialmente, os movimentos populares e nomes notáveis da cena nacional e internacional.

Se ele, em consequência de seu gesto, vier a falecer, a transposição poderá ser feita, pois o governo dispõe de todos os meios, militares, legais, técnicos e econômicos. Mas será a transposição da maldição.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por tudo o que representa, não merece carregar esta pecha pelos séculos afora.

POLÊMICA

A fome de miséria do Bispo Os que apóiam Dom Cappio não podem ser de esquerda. Tornaram-se cúmplices e motores de um dos mais profundos conservadorismos brasileiros. Um esquema que glorifica exatamente aquilo que precisa ser vencido: fome, sofrimento e morte
 
Top
Sr Spock
view post Posted on 22/12/2007, 01:44




Mais uma vez Leonardo Boff fazendo questão de mostrar pq não pode fazer parte da igreja...

É foda, vc que é o cara não religioso que precisa lembrar que igualar (como fizeram) o sacrifício de Cristo com a greve de fome política desse bispo é, no mínimo, inadequado.

E como não basta ser "o frei que não é frei", ainda manda "Mas a justiça não é tudo numa sociedade, especialmente como a nossa".

Só essa frase já é suficiente para deixar bem claro que todo e qualquer sentimento religioso já foi substituído nesse sujeito pela simples luta pelo poder temporal.
 
Top
DanniiGirl
view post Posted on 22/12/2007, 16:09




só posso dizer que é triste . . .
 
Top
Imortal
view post Posted on 25/12/2007, 04:15




Na 'Folha', de sábado e também postado no blog do Juca Kfouri.


JOSÉ GERALDO COUTO

Jesus, amor etc.

Kaká, como jogador, é o máximo, mas tomá-lo como modelo para os jovens é anacrônico e conservador

A ESCOLHA de Kaká como melhor futebolista do planeta não surpreendeu ninguém, pelo que ele jogou na temporada. O que me assustou um pouco foi ouvir no rádio e na televisão uma porção de gente exaltar o rapaz como "modelo positivo para a juventude". Ora, vamos combinar, Kaká fora de campo, à parte a beleza física evidente, é de uma insipidez espantosa. Mauricinho e carola, sua imagem corresponde a um bom-mocismo que eu julgava há muito superado. Não me entendam mal.

Nada contra ele casar virgem e estampar na camiseta que "pertence a Jesus". Mas daí a tomar isso como exemplo de caráter vai uma grande distância. Kaká, é bom lembrar, foi um dos primeiros a sair em defesa do casal Hernandes, os líderes da igreja evangélica Renascer em Cristo, que foram parar na cadeia por ludibriar a fé dos incautos e sonegar impostos. Apoio no mínimo questionável, a meu ver.

Ainda assim, problema dele. Mas há algo de profundamente regressivo em considerar esse tipo de comportamento como "sadio". Querer restaurar, a esta altura do campeonato, valores como a virgindade e a fé religiosa cega traz um perigoso ranço de TFP (a ultraconservadora Sociedade de Defesa da Tradição, da Família e da Propriedade), ainda que sob as tintas mais estridentes, pragmáticas e mercantilistas das correntes evangélicas. Como contraponto a esse obscurantismo anacrônico, lembro um episódio ocorrido com o grande ex-jogador e ex-treinador Elba de Pádua Lima, o Tim (1915-84), e narrado no recém-publicado "João Saldanha - Uma Vida em Jogo", de André Iki Siqueira.
Tim era técnico de um clube grande do Rio de Janeiro quando, numa peneira, um garoto ansioso por agradá-lo declarou: "Não bebo, não fumo nem farreio". Tim respondeu: "Pois aqui você vai aprender a fazer tudo isso". Claro que ninguém aqui é criança. Sabemos que o álcool, o cigarro e as noites maldormidas podem prejudicar a saúde e o desempenho de qualquer profissional. Mas são, no mais das vezes, experiências que fazem parte do aprendizado de vida de qualquer cidadão saudável.

Millôr Fernandes escreveu uma vez que a mais incompreensível de todas as taras é a abstinência. Ernest Hemingway, por sua vez, quando indagado sobre as coisas que poderiam atrapalhar a atividade do escritor, respondeu: "Mulheres, bebida, dinheiro. E também falta de mulheres, de bebida e de dinheiro". João Saldanha, sábio do futebol e da vida, ajudava seus jogadores a fugir da concentração para se divertir. Só recomendava, de modo meio machista, que não mudassem de mulher às vésperas de um jogo, caso contrário tenderiam a "mostrar serviço" na cama, desgastando-se em excesso.
Kaká entregou a alma a Jesus, o dinheiro à Renascer e a virgindade à noiva. Vágner levou uma mulher para a concentração do time e ganhou o apelido de Love.

O primeiro é muito mais jogador, mas o "exemplo" do segundo me agrada mais.
 
Top
>Il Monstro<
view post Posted on 25/12/2007, 17:36




Curioso ele designar de nociva esta atitude.

Até concordo com ele, ams até se enxergar isso com clareza...
 
Top
Curuja
view post Posted on 25/12/2007, 22:55




QUOTE (Imortal @ 25/12/2007, 00:15)
Kaká, como jogador, é o máximo, mas tomá-lo como modelo para os jovens é anacrônico e conservador

Concordo.
 
Top
Sr Spock
view post Posted on 26/12/2007, 00:35




Modelo de ausência de senso crítico, proselitismo, crença cega e de como alguém pode ser manipulado pelos interesses alheios.
 
Top
Imortal
view post Posted on 25/1/2008, 01:58




Vocês são invasores, nós somos tenistas

Elio Gaspari - dia 6 de janeiro de 2008

Era uma tropa de elite. No último dia 28, sob o comando de Carlos Minc, secretário de Ambiente do governo do Rio de Janeiro, um combinado de fiscais, peritos e policiais subiu a encosta do Morro Dois Irmãos e entrou na favela da Chácara do Céu. Na véspera, Minc sobrevoara o morro num helicóptero.
A tropa de ambientalistas procurava a espantosa expansão da favela sobre as matas do Parque Natural Penhasco Dois Imãos. Os bárbaros ameaçavam os moradores do Alto Leblon. Temia-se até mesmo que traficantes da Rocinha (“fábrica de marginais”, segundo o governador Sérgio Cabral) estivessem mercadejando na comunidade.


Constatou-se que não acontecera expansão alguma. (Minc trazia consigo uma fotografia aérea, tirada em 2004.) Há no morro umas duzentas casas. Delas, 21 estão acima da cota de cem metros sobre o nível do mar, linha a partir da qual é proibido edificar. Como são todas antigas, não poderão se expandir, nem deverão ser derrubadas. Seria absurdo pensar que tantas autoridades subam uma favela para não encontrar nada de errado. Havia a obra de um puxadinho, com uns 20 metros quadrados. Como o dono não estava lá, demoliram-no. Salvaram-se assim a mata atlântica e a paz do Leblon.


A expansão da favela fora produto de uma alucinação demofóbica. Tudo poderia ficar reduzido à Batalha do Puxadinho se não aparecesse um cidadão com uma lembrança: E a quadra de tênis? Que quadra? A de um condomínio do Alto Leblon, logo ali, a 200 metros do alto da favela.
Bingo. Lá estava a quadra de tênis, construída acima da cota 100.


(Quem quiser vê-la pode ir ao Google Earth na posição 22 59’16’’ Sul e 43 14’06’’ Oeste. Vêem-se, ainda, outras quatro quadras e três piscinas, mas não se pode dizer que haja algo de errado com elas). Segunda a secretaria do Ambiente, o condomínio Quinta e Quintais anexou um pedaço da mata. O síndico da propriedade explicou que a quadra, construída em 1979, é anterior à criação do parque e os moradores pagam R$2,3 mil por mês à prefeitura pela ocupação do terreno.


Foram procurar a invasão do andar de baixo e acharam a do andar de cima. O condomínio ocupa uns mil metros quadrados de espaço público e a Viúva recebe R$2,30 por metro. Admitindo-se que uma família pobre do Rio de Janeiro vive confortavelmente num lote de 50 metros quadrados, o governo e a prefeitura poderiam oferecer terrenos à patuléia a R$115 mensais por cada lote.


Suponha-se que a brigada ambiental tivesse encontrado dez construções ilegais. Pior, que alguns desses imóveis se destinassem ao lazer e à valorização das casas vizinhas. Uma pista de skate ou um galpão de pagode. Seria o suficiente para excitar a demonologia demófoba: não pagam IPTU, têm aquela vista, moram perto do trabalho e ainda querem se divertir.


Aborto neles. Acharam a quadra de tênis, mas o assunto ficou para depois. Afinal de contas, há toda uma gestação burocrática a cumprir. Enquanto não se descasca o abacaxi da quadra, ela poderia ser franqueada aos demais moradores.
A barbárie não se expandira. Entrou um pouco de poesia no surto demófobo. Na voz do egípcio Constantino Kavafis:
“E agora, que será de nós sem os bárbaros?
De certo modo, essa gente era uma solução.”
 
Top
>Il Monstro<
view post Posted on 25/1/2008, 15:07




Bom texto.
 
Top
Curuja
view post Posted on 25/1/2008, 18:46




QUOTE (>Il Monstro< @ 25/1/2008, 11:07)
Bom texto.

:yup:
 
Top
Imortal
view post Posted on 30/1/2008, 16:39




MARCELO COELHO

Quem disse que é nossa?
A Amazônia não é uma prioridade real para os brasileiros, mas é uma prioridade mundial


VEM DA AMAZÔNIA a má notícia de que o desmatamento cresceu além das previsões. Mas o que se chamava de boa notícia, em anos anteriores, afinal não era nada de tão bom assim: registrou-se, apenas, que o ritmo da devastação estava caindo e não que a tivessem interrompido, por um dia só que fosse. Vou perdendo a paciência com essas estatísticas e gostaria de fazer uma observação simples e radical.

Não tenho nem um centésimo das informações que meu xará da Folha, Marcelo Leite, pode dar sobre o assunto, e espero que desta vez não o confundam comigo, coisa que acontece com freqüência.

Sempre que alguém fala em "internacionalizar a Amazônia", surge um grito de guerra: "A Amazônia é nossa!".

Mas como assim, "é nossa?". A Amazônia, no momento, é dos que a invadem e devastam. Sejam madeireiros, plantadores de soja, pecuaristas, mineradoras ou fabricantes de ferro-gusa que, segundo documento divulgado pela Confederação Nacional da Agricultura, precisam de mais florestas para fazer carvão do que os bois precisam de pastagens.

A Amazônia seria "nossa" se o poder público tivesse condições de impor a lei naquela região, se conseguisse fiscalizar e punir quem promove o desmatamento.

Mas o poder público brasileiro não consegue sequer fiscalizar e impor a lei dentro dos presídios de segurança máxima... Lugares onde, se existe algum, a fiscalização deveria ser total e o império da lei assegurado à risca.

Quando ocorre algum genocídio não sei em que lugar do mundo, é natural que se peça a intervenção da ONU. O que não significa dar carta-branca para uma potência tomar conta das riquezas de um país.

O que ocorre na Amazônia tem tudo para ser tão preocupante quanto um genocídio. A humanidade inteira é vitimada enquanto nós, brasileiros, agimos como aqueles manifestantes sérvios que orgulhosamente desafiavam as tropas internacionais, em completo desprezo pelas minorias étnicas que eram dizimadas por ali.

Achamos correto quando crimes contra a humanidade são submetidos a tribunais internacionais.

Pouca gente se dispôs a defender Pinochet quando um juiz espanhol considerou que as fronteiras chilenas não o protegiam do que fez contra o gênero humano.

Talvez não seja adequado levar os responsáveis pela devastação a um tribunal suíço. O caso em prol da Amazônia pode ser enunciado de forma diferente.

Trata-se de devolver às populações locais uma terra que pode ser explorada racionalmente se contar com ajuda, fiscalização e verbas do mundo inteiro.

Se governos estrangeiros e entidades internacionais, em concordância com o Brasil, puderem intervir no sentido de fazer da floresta uma região de preservação ecológica mundial, creio que a Amazônia seria mais "nossa" (isto é, de quem vive lá e não a derruba) do que é atualmente.

Outras "soluções", para dizer francamente, não me parecem soluções. Quem imagina que o Ibama, o Exército, a Polícia Federal dispõem de recursos suficientes para tomar conta de tudo aquilo? E que direito temos nós de mascarar nossa ineficiência, nosso desleixo, com um nacionalismo que não engana ninguém?

O fato é que a Amazônia não é uma prioridade real para os brasileiros, que têm problemas terríveis a resolver bem mais perto - debaixo de cada ponte e viaduto urbano, para dizer o óbvio. Mas é uma prioridade mundial.

Parece-me infantil dizer que os americanos vão chegar aqui e tirar "nossas" riquezas. Quem está acabando com elas, e enriquecendo à custa de todo o planeta, é a madeireira (nacional ou não, isso pouco importa), o pecuarista, o plantador de soja.

O governo brasileiro bem que gostaria, imagino, de limitar esse enriquecimento. Mas não é objetivamente capaz disso. Concordo que "internacionalização" é uma palavra forte demais. Sugere a entrega de nossa soberania, sem nada em troca. Outras fórmulas, mais suaves, podem ser concebidas pelos especialistas no assunto. Não sou especialista no assunto.

Pessoalmente, não temo usar a palavra. Nossa soberania, afinal, não existe. Existiria se pudéssemos impor nossa vontade sobre a região. Ano após ano, é precisamente isso o que verificamos não acontecer.
 
Top
90 replies since 30/10/2007, 02:10   726 views
  Share